'Clube do milhão' se restringe a 3% das opções de franquia
Um levantamento da ABF (Associação Brasileira de Franchising) mostra que as redes com investimento entre R$ 250 e R$ 500 mil correspondem a 32% do total de franquias no Brasil. Já as que têm custo entre R$ 500 mil a R$ 1 milhão somam 14%, enquanto apenas 3% superam a casa de R$ 1 milhão. A maioria (51%) tem custos iniciais que não chegam a R$ 250 mil.
"O caro é aquilo que não dá retorno", diz Alessandro Pereira, proprietário da Mania de Churrasco Prime Steak House, rede que oferece cortes nobres de carne em praças de alimentação de shoppings.
A empresa começou em 2001 como uma churrascaria tradicional, que demanda lojas de 250 metros quadrados e 45 funcionários. Hoje tem 39 lojas na versão pocket em operação. Até o final do ano, a expectativa é chegar a 50.
O investimento inicial é de R$ 750 mil, que inclui a taxa de franquia de R$ 60 mil e R$ 80 mil de capital de giro. "O maior elogio que já recebi é que nossa taxa de uso da marca [6%] é pequena pelo suporte que damos. Somos muito presentes e exigentes com a qualidade. Quando a marca sai ganhando, todos ganham", diz Pereira.
GIGANTE
Fundada em 2012, a Casa X, rede de bufês para festas infantis e eventos de Xuxa Meneghel, é uma das franquias brasileiras que supera R$ 1 milhão de investimentos iniciais. A taxa média da empresa é de R$ 200 mil. A expectativa de faturamento fica em R$ 170 mil por mês com retorno previsto em três anos.
"O investimento pode chegar a R$ 2 milhões, a maior parte dele consumido pela infraestrutura do negócio, que exige imóveis de 700 a 2.000 metros quadrados. Além da cenografia e dos brinquedos", diz Daniel Guedes, gerente de operações da SMZTO Holding de Franquias.
Atualmente, há 50 bufês da Casa X comercializados, mas apenas 23 em operação. Até o fim do ano, mais oito devem abrir as portas. As demais estão previstas para 2018 e 2019. A demora acontece justamente pelo processo de compra de terreno e de construção de imóvel.
De acordo com o consultor do Sebrae-SP Rodrigo Palermo de Carvalho, é comum que franquias que ultrapassem R$ 1 milhão sejam adquiridas por grupos de sócios.
"E esse é outro risco comum: escolher sócios que não têm afinidade com o tipo de negócio", diz Palermo.
Para Marcello Lage, professor da BSP (Business School São Paulo), é importante que o franqueador mantenha métodos organizacionais rígidos, não importa o quanto tenha investido.
"Vale lembrar que o franqueado está comprando a experiência do franqueador frente a um segmento de negócio. De nada adianta o layout ser bacana ou a rede estar momentaneamente na boca das pessoas se o know-how não existir para facilitar a operação", afirma Lage.
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