WhatsApp cresce e rivaliza com Facebook no envio de notícias
Dado Ruvic/Reuters | ||
WhatsApp avança sobre Facebook em notícia |
O uso de serviços de mensagem como o WhatsApp para o acesso a notícias começa a rivalizar com o uso de redes sociais como o Facebook.
É o que destaca o relatório anual sobre jornalismo digital do Instituto Reuters, da Universidade Oxford (Reino Unido), que dá o Brasil como um dos mercados em que mais cresceu o compartilhamento via WhatsApp.
O estudo abrange 36 países. Em três (Brasil, México e Turquia) a pesquisa se restringe às regiões urbanas.
O "Brasil urbano", como descreve o relatório, registrou uma das maiores quedas no recurso à mídia social (Facebook, YouTube, Twitter e outros) para informação: menos 6%, de 2016 para 2017.
A redução específica para o Facebook foi de 12%. Já o uso de WhatsApp para acessar notícias cresceu 7%.
Ainda assim, o Facebook mantém-se à frente, com 57% dos entrevistados dizendo ter se atualizado sobre o noticiário pela plataforma, ante 47% que citaram o WhatsApp.
O recurso a aplicativos de mensagem para se informar avança sobretudo na América Latina e na Ásia.
O pesquisador responsável pelo Digital News Report 2017, Nic Newman, ex-BBC, sublinha dois motivos para a popularização desses aplicativos: são "mais privativos", permitindo compartilhar sem constrangimento, e "não filtram por algoritmo".
Os principais serviços são WhatsApp e Messenger, ambos do Facebook, mais Snapchat e outros de alcance regional, como Vibe (Europa) e WeChat e Line (Ásia).
'FAKE NEWS'
O estudo destaca também que só 24% dos entrevistados dizem que a mídia social faz um bom trabalho na separação entre fato e ficção, ante 40% da mídia jornalística.
Segundo Newman, os dados qualitativos do estudo sugerem que os usuários sentem que a combinação de "falta de regras e algoritmos virais" estimula a baixa qualidade e a propagação de "fake news", notícias falsas.
Por outro lado, "em muitos países os motores da falta de confiança têm também a ver com uma polarização politicamente enraizada e uma percepção de viés da mídia".
Outro destaque: a maioria das novas assinaturas digitais nos EUA, estimuladas pela eleição de Donald Trump, "veio dos jovens, o que serve de corretivo à ideia de que eles não estão preparados para pagar por notícias on-line".
O estudo do Reuters Institute é baseado em pesquisa quantitativa realizada pela YouGov em janeiro e fevereiro, com questionário on-line, e em grupos de discussão realizados pela Kantar Media.
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