Sindicatos são contra PDV e mostram preocupação com impacto do plano
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer durante evento em São Paulo |
O PDV (Plano de Demissão Voluntária) para servidores do Poder Executivo anunciado nesta segunda-feira, 24, pelo governo federal não agradou os representantes dos trabalhadores, que temem que os servidores acabem aderindo sem avaliar direito o impacto para o futuro.
"Esse programa é mais uma arapuca do governo para o trabalhador. Há uma preocupação de que os trabalhadores possam aceitar essa proposta, mas estamos otimistas que conseguiremos conscientizar os servidores sobre os malefícios deste programa", afirma o Oton Pereira Neves, secretário-geral Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal.
Neves lembra que o último PDV para os servidores federais ocorreu no governo FHC e diz que vai usar este exemplo para tentar convencer os trabalhadores a não aderirem agora.
"Cerca de 5.000 servidores aderiram ao plano à época e hoje boa parte deles se arrependeu", diz.
"Tem até um projeto de lei, que tenta reverter o PDV porque os benefícios anunciados não foram cumpridos em sua totalidade."
PERTO DA APOSENTADORIA
O secretário-adjunto de relações do trabalho da CUT, Pedro Armengol, também esboça preocupação com o impacto do programa para os trabalhadores e para os cidadãos.
"Estamos trabalhando para mostrar para a categoria que o PDV não é uma alternativa nem para o trabalhador nem para a sociedade, que vai sofrer ainda mais com a falta de funcionários públicos", enfatiza Armengol.
Ele afirma que cerca de 70% dos trabalhadores da União têm mais de 20 anos de serviços prestados e estão próximos a se aposentarem.
"Seria uma loucura jogar tudo isso para o alto por conta de alguns poucos benefícios."
Para o secretário-geral da CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde), Valdirlei Castagna, o PDV não terá grande adesão entre essa categoria.
"Não acreditamos que os servidores vão se aventurar em ficar desempregado diante de toda essa crise e falta de emprego", considera Castagna.
"O que chama a nossa atenção é o fato de que diante de um cenário de carência de profissionais de saúde, o governo incentive a demissão."
CORTE DE DESPESAS
O governo Michel Temer pretende, com o PDV, reduzir em cerca de R$ 1 bilhão por ano as despesas com a folha de pagamento dos servidores do Poder Executivo.
O plano terá ainda uma opção de redução da carga horária, com diminuição proporcional do salário -de 8 horas diárias para 6 ou 4 horas. Neste caso, haverá um prêmio de 30 minutos por dia.
Os órgãos ligados ao Executivo contam com cerca de 500 mil servidores e, para estimular adesões, o governo pretende pagar 1,25 salário para cada ano trabalhado. O programa deve ficar aberto até 2022.
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