Qualidade da fibra brasileira abre portas para mais exportações

RODRIGO VARGAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUIABÁ

Quinze elementos são considerados para aferir a qualidade de um lote de pluma de algodão. Características como cor, resistência, espessura e uniformidade, entre outras, determinam o preço e a abertura de portas no concorrido mercado internacional.

Para o presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Mato Grasso), Arlindo de Azevedo Moura, os algodoeiros de Mato Grosso atingiram um estágio raro no mundo, em que a produção em larga escala se combina à qualidade da pluma.

"A qualidade da produção de Mato Grosso é muito parecida com a da fibra americana, mas com uma diferença crucial: o ganho muito expressivo de produtividade", afirma Moura.

Segundo ele, o produtor norte-americano alcança 960 de quilos de pluma por hectare, enquanto os mato-grossenses têm colhido, em média, 1.550 quilos por hectare. "Dificilmente o americano conseguiria concorrer com a pluma de Mato Grosso sem subsídio. Se retirar, 'mata' o produtor", afirma.

Outras vantagens para o produtor de algodão mato-grossense são a grande disponibilidade de solos adequados e as condições climáticas, que permitem o plantio em regime de rotação de culturas com soja e milho. Isso ajuda a combater pragas e reduz riscos do investimento.

"Plantar algodão é caro. Por isso nunca é recomendável você ter mais do que 25% de sua área com essa cultura. Uma quebra pode ser desastrosa", explica.

Riscos altos também significam chance de alta rentabilidade. O algodão deve compensar perdas esperadas com a queda nos preços de milho e soja. "Em 2018, o grande gerador de resultado ao produtor vai ser o algodão."

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