Para Meirelles, indicadores mostram que Brasil voltou a crescer
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Para ministro Henrique Meirelles, Brasil já voltou a crescer |
Os últimos números dos setores de serviços e varejo, conjugados com os do Banco Central sobre a atividade econômica, indicam que "o Brasil já voltou a crescer", afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta quinta (17).
Mais cedo, o BC divulgou que, no segundo trimestre do ano, a economia avançou 0,25% sobre os três primeiros meses do ano.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), indicador que tenta antecipar o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 0,5% em junho na comparação com maio nos dados dessazonalizados (retirados os efeitos típicos de cada mês).
"Evidentemente, como toda economia que estava caindo e voltou a crescer, os dados não são homogêneos", completou Meirelles, citando que o índice sobre o segundo trimestre que será divulgado pelo IBGE pode vir "perto de zero ou um pouco negativo."
Segundo o Ministro, o PIB oficial do período deve ser menor porque virá pressionado pela forte alta registrada no primeiro trimestre, de 1%, além de diferenças metodológicas entre o Banco Central e o IBGE.
O ministro afirmou ainda que a expectativa é entrar em 2018 com um crescimento num ritmo "já próximo de 3%."
Todas as projeções, ressaltou Meirelles, dependem da aprovação, no Congresso, das reformas, como a da Previdência, e das medidas apresentadas pelo governo para cumprir as novas metas fiscais.
"Elas são muito importantes para que o Brasil continue a crescer, e isso será o que vai mais importar para os parlamentares em 2018", afirmou em recado direto ao Congresso.
Questionado sobre a pressão da "bancada do Refis" —grupo de parlamentares que busca alívios no refinanciamento da dívida—, Meirelles disse que acredita na aprovação do programa.
"O secretário da Receita ficou de me mandar o texto até o final do dia de hoje e eu espero amanhã já poder estar mandando para as lideranças no Congresso."
NOVA META
Após uma semana de embates com a ala política do governo, a equipe econômica anunciou na terça um aumento no rombo das contas federais neste e nos próximos três anos. O governo também avisou que a virada esperada para 2020, quando prometia que os números voltariam ao azul, foi adiada para 2021.
Com a revisão das metas fiscais, que previam deficit de R$ 139 bilhões neste ano e R$ 129 bilhões no próximo, o governo agora prevê um rombo de R$ 159 bilhões nos dois anos. Para 2019, a previsão de deficit passou de R$ 65 bilhões para R$ 139 bilhões.
O governo esperava superavit de R$ 10 bilhões em 2020 e agora prevê deficit de R$ 65 bilhões. O último ano em que o governo federal arrecadou mais do que gastou foi 2013.
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