Bolsa tem leve queda e dólar sobe para R$ 3,16 com cenário político no radar
Leonardo Benassatto - 16.ago.2017/Reuters | ||
Presidente Michel Temer viajou à China para tentar atrair investidores para o Brasil |
Os investidores demonstraram cautela nesta segunda-feira (28) e evitaram fazer grandes movimentos na Bolsa e no mercado cambial, à espera de novidades no campo político e em dia de agenda esvaziada no exterior. O dólar fechou o dia cotado a R$ 3,16 e o mercado acionário terminou praticamente no zero a zero.
O dólar comercial teve leve alta de 0,25%, para R$ 3,164. O dólar à vista, que fecha mais cedo, subiu 0,43%, para R$ 3,156.
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, encerrou em queda de 0,08%, para 71.016 pontos.
O mercado acompanha a ambiciosa agenda econômica do governo, que pretende votar, até quarta (30), itens como o Refis (programa de refinanciamento de dívidas de empresas), destaques ao texto da TLP (nova taxa de juros do BNDES) e a meta fiscal para 2017 e 2018.
Enquanto isso, o presidente Michel Temer viajou à China para tentar atrair investidores interessados em comprar ativos como Eletrobras e outros do plano de concessões anunciado na semana passada.
"O mercado pode continuar buscando os 73 mil pontos. Tem bastante indicador econômico nesta semana, mas tem o caos na política e tem o [procurador da República Rodrigo] Janot, que pode aproveitar a ida do Temer para a China para disparar a flechada e apresentar outra denúncia contra o presidente", afirmou Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora.
"O que ele ganhou de força na semana passada com o anúncio da Eletrobras pode perder nesta semana caso seja denunciado novamente", complementou.
A possibilidade de denúncia é considerada até mesmo dentro do governo. Nesta segunda, o ministro da Casa Civil e um dos principais auxiliares de Michel Temer, Eliseu Padilha, disse que as possibilidades de a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentar uma nova denúncia contra o presidente nos próximos dias são "as maiores do mundo".
No exterior, a agenda fraca fez com que o dólar perdesse força ante 23 das 31 principais divisas do mundo.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu 1,38%, para 199,9 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2018 recuou de 7,880% para 7,860%. Já a taxa para janeiro de 2019 subiu de 7,820% para 7,840%.
AÇÕES
Das 58 ações negociadas no Ibovespa, 28 subiram, 26 caíram e quatro encerraram os negócios estáveis.
As ações da Vale fecharam em alta, apesar da queda de 1,57% dos preços do minério de ferro. Os papéis ordinários da empresa subiram 1,57%, para R$ 34,36. As ações preferenciais avançaram 1,51%, para R$ 31,55.
A Petrobras teve um dia de queda, acompanhando a desvalorização dos preços do petróleo no exterior. Os papéis mais negociados recuaram 0,07%, para R$ 13,87. As ações ordinárias caíram 0,55%, para R$ 14,40.
No setor financeiro, as ações de bancos caíram nesta segunda. O Itaú Unibanco recuou 0,88%. Os papéis preferenciais do Bradesco perderam 1,53%, e os ordinários se desvalorizaram 0,94%. O Banco do Brasil caiu 0,94%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil ficaram estáveis.
As ações da JBS terminaram o dia na segunda colocação entre os papéis com maior ganho, ao subirem 2,48% –perderam para Ecorodovias, que avançou 2,71%.
Nesta segunda, o conselho de administração da JBS decidiu manter Wesley Batista na presidência da companhia, apesar de pedido do BNDES para afastamento do executivo e investigação dos danos causados à empresa pelos crimes de corrupção delatados por Joesley Batista.
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