Copom indica que cortará menos os juros básicos na próxima reunião
Com a economia em lenta recuperação e a inflação abaixo do centro da meta fixada pelo governo, o Banco Central voltou a cortar a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 8,25% ao ano, mas indicou que pode reduzir o ritmo nas próximas reuniões.
No comunicado da decisão, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC afirmou ainda que o atual ciclo de redução dos juros, iniciado em outubro de 2016, está perto do fim, e que esse encerramento será "gradual".
Ou seja, deu a entender, na avaliação de analistas do mercado, que irá realizar reduções cada vez menores na taxa básica, a Selic, até parar.
"Para a próxima reunião [nos dias 24 e 25 de outubro], caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária", disse o Copom.
No comunicado, o BC aponta como riscos a descontinuidade das reformas e uma reversão do cenário favorável para economias emergentes.
O atual patamar dos juros é o menor desde julho de 2013, e o corte, decidido por unanimidade nesta quarta (6), foi o oitavo consecutivo e o quarta dessa magnitude. A taxa está próxima do mínimo histórico, alcançado em 2012, quando atingiu 7,25% ao ano.
Economistas dizem que as condições atuais permitem que os juros caiam mais, estabelecendo novo piso. "Uma Selic mais perto de 7% passa a fazer sentido devido às reformas feitas, como a trabalhista e a aprovação da TLP [nova taxa do BNDES]", disse José Marcio Camargo, da gestora Opus Investimentos.
Ele frisou que, apesar de acenar com o fim do ciclo, o Copom afirmou no comunicado que a atual conjuntura econômica pede uma política monetária "estimulativa".
Isso significa, segundo o BC, juros menores que a chamada "taxa estrutural", ou neutra, que é calculada levando em conta também em fatores como produtividade e o ambiente de negócios.
Além disso, os analistas consultados pelo último boletim Focus, do BC, revisaram para baixo suas expectativas para a inflação de 2017 e de 2018 para 3,38% e 4,18%, respectivamente, abaixo do centro da meta, de 4,5%.
"Tecnicamente, o BC poderia manter o ritmo atual de reduções, mas preferiu sinalizar que vai desacelerar os cortes de forma gradual", afirmou Eduardo Velho, da INVX Global Partners. "O mais provável é uma redução de 0,75 ponto na próxima reunião, e uma outra queda de 0,5 ou 0,25 em dezembro."
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