Banco Central reduz estimativa para inflação e vê crescimento maior do PIB
O Banco Central passou a ver a inflação ainda mais abaixo do centro da meta em 2017 e 2018, caminhando ao redor deste alvo em 2019 e 2020, segundo Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (21). A instituição também voltou a indicar uma redução moderada no corte da taxa de juros básicos.
No documento, o BC calculou alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 3,2% em 2017 e de 4,3% em 2018 pelo cenário de mercado, abaixo dos patamares de 3,3% e 4,4% vistos no comunicado da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no início deste mês.
Neste ano e no próximo, a meta de inflação é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para 2019, o BC calculou inflação de 4,2%, contra meta oficial de 4,25%, e 4,1% em 2020, para o qual o alvo fixado pelo governo é de 4%. Nos dois casos, a banda de tolerância das metas também é de 1,5 ponto percentual.
As contas também consideraram o cenário de mercado apurado pela pesquisa Focus mais recente, que aponta a Selic em 7% ao fim de 2017 e 2018, e em 8%ao fim de 2019 e 2020.
Na prática, o BC indicou que mesmo com a taxa básica de juros caindo ao nível esperado pelo mercado, a inflação ainda ficará abaixo do centro da meta neste ano e no próximo.
No relatório, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) foi mais otimista: 0,7% de alta neste ano, contra previsão de 0,5% antes, e crescimento de 2,2% para a atividade econômica no ano que vem.
De modo geral, o relatório corroborou mensagem já divulgada mais cedo neste mês, quando o BC cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 8,25% ao ano, e indicou a intenção de encerrar o ciclo de afrouxamento da Selic de maneira gradual.
"Para a próxima reunião, caso o cenário básico do Copom evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária", trouxe novamente o BC.
Para tanto, ressaltou que seguirá atrelando esse processo à sua leitura sobre a economia, o balanço de riscos e a reavaliações sobre a estimativa da extensão do ciclo e sobre as projeções e expectativas de inflação.
O BC também reiterou que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
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