Leilão de usinas vira batalha entre Pimentel e oposição em MG
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), disse ter lamentado o leilão das quatro usinas que pertenciam à Cemig na manhã desta quarta-feira (27).
O petista gravou um vídeo e publicou em sua página pessoal numa rede social dizendo que "hoje é um dia triste para Minas Gerais". O governo leiloou, por R$ 12,13 bilhões, as concessões de quatro usinas da Cemig, arrecadando 9,7% a mais que o esperado de R$ 11 bilhões.
Pimentel afirmou que não encontrou espaço no governo federal para negociar a permanência das usinas com a empresa minera. "Tentamos de todas as formas possíveis uma negociação com a União que permitisse que a Cemig continuasse operando essas usinas."
O governador mineiro disse entender que a situação poderia ter sido resolvida pelos governos estaduais que o antecederam, caso eles tivessem aderido à Medida Provisória 579, de 2012, que previa que as concessionárias de energia deveriam renovar os contratos diante do cumprimento de redução de encargos e tarifas. Quem se recusasse a assinar, como fez a Cemig, teria concessões suspensas e levadas a licitação.
A crítica tem tom partidário, pois atinge o período que os senadores tucanos Antonio Anastasia e Aécio Neves governaram o Estado.
A Cemig tentou, por mais de quatro anos, manter as concessões das usinas de Jaguara, Miranda, São Simão e Volta Grande na Justiça, sem sucesso.
O bloco que faz oposição a Pimentel na Assembleia Legislativa atribuiu, em nota, o leilão das usinas à "irresponsabilidade do PT".
"A perda das usinas decorre de uma sucessão de erros da gestão petista, iniciada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2012, com a edição da malfadada MP 579, que provocou a falência do setor elétrico no país."
O bloco acusa Pimentel de usar a empresa para apadrinhar filiados ao PT. "Em consequência disso, seus resultados caíram drasticamente a partir de 2015, assim como perdeu a confiança do mercado e a capacidade de alavancar recursos para manter suas usinas."
O leilão das usinas atiçou a disputa política na Assembleia. O líder do bloco da situação, que apoia Pimentel, deputado André Quintão (PT), também culpa os governos tucanos de Aécio e Anastasia pela perda dos ativos, por não terem aderido à MP 579.
"Agora, Temer, aplicando o programa da então candidatura derrotada de Aécio Neves, vende, a preço de banana, quatro usinas estruturais na produção de energia", disse.
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