Bolsa cai sob pressão de Vale em dia de realização de lucros; dólar recua
Diego Padgurschi /Folhapress | ||
Bolsa brasileira recuou em dia de realização de lucros e com cautela política no radar dos investidores |
A Bolsa brasileira voltou a recuar nesta terça (17), em movimento de realização de lucros, e se afastou ainda mais do marco de 77 mil pontos. No mercado cambial, o dólar fechou em leve baixa, com o mercado analisando o desenrolar da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, que acabou suspensa.
O Ibovespa, das ações mais negociadas, fechou em queda de 0,90%, para 76.201 pontos.
O dólar comercial recuou 0,15%, para R$ 3,169. O dólar à vista subiu 0,22%, para R$ 3,175.
Na segunda sessão seguida de baixa do Ibovespa, os investidores preferiram embolsar lucros, na avaliação de Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial. "Não estou muito na linha de pensamento de que a cautela política está atordoando o investidor. O mercado lá fora está muito forte para a gente estar pensando em cenário político. É difícil nos voltarmos para cenário doméstico e precificarmos isso", afirma.
"A volatilidade está diminuindo, há um sinal de correção de preços. Não custa nada para o investidor colocar parte do lucro no bolso, sobretudo porque a gente está indo para o ultimo trimestre do ano."
Mas, para Julio Hegedus, da consultoria Lopes Filho, a cautela política teve um peso na queda desta terça, com duas votações importantes acontecendo: a segunda denúncia contra Temer na Câmara, que foi suspensa pela Comissão que debate o assunto, e a votação das medidas cautelares adotadas contra Aécio Neves (PSDB-MG).
"Há muita expectativa em relação a essas duas votações. Na do presidente, achava-se que seria tranquila, mas houve uma tensão entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia", afirmou.
Por outro lado, a queda maior que a esperada do setor de serviços foi considerada pontual. "A gente tem uma base que não é boa para comparação, estávamos comparando o nada com um pouco mais de nada", diz Figueredo, da Eleven.
"Acho que o efeito juro para baixo na economia, que seria aumentar o crédito, ainda está vindo de maneira tímida. Quando isso melhorar, o setor de serviços deve reagir", avalia.
AÇÕES
Das 59 ações do Ibovespa, oito fecharam em alta e 51 caíram. O volume financeiro foi de R$ 8,87 bilhões, contra média diária de R$ 8,37 bilhões no ano.
A maior queda foi registrada pelas ações da Embraer, que recuaram 5,41% após a Airbus anunciar a compra de fatia majoritária no programa de aeronaves CSeries da Bombardier. Segundo analistas, isso faz com que o CSeries ganhe força comercialmente, especialmente nos Estados Unidos.
Os papéis da Fibria tiveram a segunda maior queda, com desvalorização de 3,69% –devolvendo parte da forte alta de 4,52% do dia anterior.
As ações da Petrobras fecharam com sinais opostos, mesmo após a agência de classificação de risco Moody's melhorar a nota de crédito da estatal.
Segundo a Moody's, a elevação do rating reflete um perfil de dívida mais confortável, provocado pela estratégia de refinanciamento da dívida e pela melhor geração de caixa.
Os papéis preferenciais da estatal fecharam em alta de 0,06%, para R$ 16,13. As ações ordinárias caíram 0,18%, para R$ 16,61.
No caso da JBS, as ações fecharam em baixa de 3,27%. A empresa decidiu cancelar o plano de fazer uma oferta inicial de ações na Bolsa de Nova York.
A mineradora Vale viu seus papéis caírem mais de 2%, seguindo a desvalorização dos preços do minério no exterior. Os papéis ordinários da Vale fecharam em baixa de 2,31%, para R$ 32,58. As ações preferenciais se desvalorizaram 2,03%, para R$ 29,97.
No setor bancário, a maioria das ações fechou em baixa. Os papéis do Itaú Unibanco perderam 0,16%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram baixa de 0,25%, e as ordinárias recuaram 0,64%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil caíram 1,55%. Na contramão, o Banco do Brasil subiu 0,16%.
DÓLAR
No mercado cambial, o dólar perdeu força ante 27 das 31 principais moedas do mundo.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) recuou 1,82%, para 177,6 pontos. Foi o quinto dia de queda do indicador.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados com vencimento mais curto tiveram queda. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,390% para 7,367%. A taxa para janeiro de 2019 teve baixa de 7,280% para 7,250%.
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