Agência de telecomunicação dos EUA abre porta para consolidação do setor de TV
Hiroko Masuike - 27.ago.2010/"The New York Times" | ||
Sala de controle de estação de TV nos EUA |
A Comissão Federal de Comunicações (FCC), agência regulatória do setor nos Estados Unidos, aprovou na quinta-feira (16) uma nova regra que permite que uma mesma empresa seja dona de um jornal e de estações de TV e rádio na mesma cidade.
A votação derrubou a norma adotada há décadas que tinha o objetivo de impedir que um indivíduo ou empresa adquirisse poder excessivo sobre a cobertura de notícias locais.
A FCC, sob liderança do Partido Republicano, eliminou as restrições à propriedade de veículos em mídias diferentes por um mesmo indivíduo ou grupo, em uma decisão tomada em linhas partidárias, por três votos a dois.
A comissão também aumentou o número de estações de TV que uma empresa pode ter em um mercado local.
Agora será mais fácil para uma empresa ser dona de duas das quatro estações de maior audiência em um determinado mercado. Antes, o limite era de uma estação.
A votação é a mais recente ação em uma campanha de desregulamentação, recebida com entusiasmo pelas empresas de mídia, banda larga e TV a cabo, mas combatida por muitos líderes do Partido Democrata e defensores dos direitos do consumidor, que acreditam que os norte-americanos serão prejudicados caso haja consolidação maior nesses setores.
Em abril, a agência já havia expandido outros limites sobre a propriedade de canais de TV.
Logo depois de a mudança ser anunciada, o Sinclair Broadcast Group fechou um acordo para uma fusão de US$ 3,9 bilhões com a Tribune Media. A fusão permitirá que o grupo alcance 70% dos domicílios dos Estados Unidos.
Membros do Legislativo pediram uma investigação sobre o relacionamento entre Ajit Pai, o presidente da FCC, e o grupo Sinclair.
Pai, apontado para o posto pelo presidente Donald Trump, disse que as regras sobre propriedade de mídias eram antiquadas.
Ele afirmou que a maioria dos norte-americanos obtém notícias de fontes variadas, sendo as mais proeminentes plataformas on-line como o Facebook e o Google.
Segundo ele, organizações locais teriam mais oportunidade de concorrer contra os gigantes da internet ao combinarem recursos.
"É uma proposição simples: as regulamentações de mídia de 2017 devem ser adequadas ao mercado de mídia de 2017", disse Pai na quinta-feira.
"Essa é a proposição que a FCC está colocando em prática hoje. Nada mais, nada menos. Já era mais que hora."
Os membros democratas da comissão disseram que a revogação das regras prejudicaria as pessoas que dependem das estações locais para obter notícias.
Embora a audiência dos programas noticiosos locais venha caindo nos últimos anos, cerca de 57% dos norte-americanos ainda dependem da televisão para se informar.
Os veículos locais de notícias têm vantagem sobre as estações de cabo e as redes nacionais de TV, de acordo com pesquisas do Pew Research Center.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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