Presidente do BC critica criptomoedas e uso de reservas internacionais
Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress | ||
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, criticou o uso das reservas internacionais para qualquer fim que não seja o abatimento de dívida pública |
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, criticou nesta sexta (24) o uso das reservas internacionais acumuladas pelo país para qualquer fim que não seja o abatimento de dívida pública.
Questionado se parte das reservas acumuladas poderia ser direcionada para o financiamento à infraestrutura, Ilan disse que os recursos têm papel importante em momentos de incertezas e permitem suavizar choques internacionais.
O Brasil tem hoje cerca de US$ 380,8 bilhões em reservas internacionais.
Em evento em São Paulo, o presidente do BC disse que seria possível pensar em níveis diferentes de reservas passada a crise econômica.
Mesmo assim, defendeu que os recursos sejam usados para abater dívida e não elevar gastos, "por mais meritório que seja o gasto, como o feito em infraestrutura", afirmou.
Segundo ele, a percepção sobre as reservas internacionais acumuladas pelo Brasil embute certo equívoco.
No resto do mundo, disse, se acumulou reservas por meio de um fundo soberano, com sobras de petróleo, por exemplo.
Diferentemente do Brasil, onde as reservas foram acumuladas com dívida - a emissão de títulos em reais e a compra de dólares.
"Se for usar as reservas vai sobrar dívida, que não é bem o que a gente quer no atual momento", disse.
CRIPTOMOEDAS
O presidente do BC criticou também o que chamou das duas principais finalidades das chamadas "criptomoedas".
Em sua avaliação, elas geralmente são usadas para objetivos ilícitos ou para obter lucro, com a valorização.
"Não somos a favor nem de buscar ilícitos nem da ideia de que sirvam para formar bolhas, disse ele.
Ele lembrou que o BC recentemente publicou um comunicado ressaltando os riscos do novo veículo e a possibilidade de punições. Além de alertar que a compra não tem lastro e nem ninguém por trás, o que deixa o risco inteiramente nas mãos de quem comprá-la.
"Acho que nem são moedas porque não têm lastro", disse.
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