Bolsa sobe com sinalização de data para votar Previdência; dólar avança
Diego Padgurschi/Folhapress | ||
Bolsa sobe após governo marcar data para votar reforma da Previdência; dólar avança com dados dos EUA |
A notícia de que o governo deve conseguir votar a reforma da Previdência na última semana antes do recesso parlamentar ajudou a Bolsa brasileira a fechar no azul nesta sexta (8), embora o mercado ainda esteja cético sobre a capacidade de aprovar a proposta. Já o dólar fechou em alta após dados fortes de emprego nos EUA reforçarem a expectativa de alta de juros no país.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 0,34%, para 72.731 pontos. Na semana, o avanço foi de 0,65%. O dia teve volume financeiro de R$ 7,96 bilhões –em dezembro, a média diária está em R$ 8,34 bilhões.
O dólar comercial subiu 0,27%, para R$ 3,296. Na semana, a alta foi de 1,2%. O dólar à vista teve alta de 0,24%, para R$ 3,298 –avanço de 1,38% na semana.
A Bolsa se manteve em território positivo durante toda a sessão e chegou a subir 1,3% em reação à informação de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende jogar a votação da reforma para a semana de 18 de dezembro, a última antes do recesso parlamentar.
"O mercado tem operado conforme as informações que chegam, que podem ser positivas ou negativas. Sem dúvida alguma, as informações mais relevantes são as relacionadas à Previdência", diz Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos.
"Há três semanas que eu vejo como baixa a probabilidade de acontecer a reforma, mas é preciso ressaltar os esforços que o governo tem feito. A data é importante, mas mais importante que a data é a quantidade de votos. Ao que tudo indica, o governo não tem os votos necessários, mas ainda pode tentar conquistar", ressalta.
A avaliação é a mesma de Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial. "O consenso de mercado é de que a reforma não passa. Mas, se passar, o movimento de preço tende a ser mais forte do que o de queda com a rejeição", diz.
Os investidores também acompanharam a notícia de que Antonio Imbassahy (PSDB) deixou a articulação política do governo. O objetivo de Imbassahy com sua saída é tentar abrir espaço para o governo conseguir votos para a reforma da Previdência.
Agora, o presidente Michel Temer deve nomear, na próxima semana, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como novo ministro da Secretaria de Governo.
AÇÕES
Das 59 ações do Ibovespa, 32 subiram, 23 caíram e quatro se mantiveram inalteradas.
A maior alta foi registrada pela Gerdau, que subiu 3,82%. A metalúrgica Gerdau ganhou 2,88%, enquanto a BRF se valorizou 2,57%.
Na ponta negativa, os papéis da Kroton recuaram 3,96%. A Cosan teve baixa de 2,09%, e as ações ordinárias da Eletrobras tiveram queda de 1,69%.
Os papéis da Petrobras fecharam em alta, acompanhando a valorização dos preços do petróleo no exterior. A commodity subiu impulsionada pelo aumento da demanda da China pelo combustível e com os cortes de oferta liderados pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
As ações preferenciais da Petrobras subiram 0,59%, para R$ 15,35. Os papéis ordinários avançaram 0,19%, para R$ 15,89.
A mineradora Vale viu suas ações ordinárias subirem 0,40%, para R$ 35,48.
No setor bancário, o Itaú Unibanco teve valorização de 0,86%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 0,27%, e as ordinárias se mantiveram estáveis. O Banco do Brasil teve alta de 0,58%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil se valorizaram 2,40%.
DÓLAR
O dólar fechou em alta em relação a 16 das 31 principais moedas do mundo, após dados de emprego nos EUA mostraram fortalecimento do mercado de trabalho e aumento dos salários, reforçando a confiança dos investidores em relação à terceira alta de juros nos Estados Unidos neste ano.
Foram criados 228 mil postos de trabalho no mês passado, enquanto os dados de outubro foram revisados para baixo, mostrando a abertura de 244 mil vagas –a leitura anterior mostrava 261 mil vagas. A taxa de desemprego se manteve em 4,1%, a mínima em 17 anos, em meio ao aumento na força de trabalho.
Uma alta de juros nos EUA deve atrair dinheiro que, hoje, está investido em emergentes como o Brasil.
O Banco Central vendeu os 14 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em janeiro. Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 4,2 bilhões do total de US$ 9,638 bilhões que vencem no início do mês que vem.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco) do Brasil subiu 0,72%, para 167,1 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram queda. O contrato com vencimento em janeiro de 2018 recuou de 6,896% para 6,893%. O contrato para janeiro de 2019 teve queda de 7,060% para 7,010%.
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Atualizado em 27/03/2024 | Fonte: CMA | ||
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