Para agências, adiamento da reforma é fator de crédito negativo para o país
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Presidente Michel Temer durante cerimônia no Planalto: Moody's alerta para adiamento de reforma |
O adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro é fator negativo para a nota de crédito do Brasil, segundo as agências de classificação de risco Moody's e Fitch.
Em comentários publicados nesta quinta (14), as agências criticaram a decisão do governo de adiar para 19 de fevereiro a votação da proposta do governo.
Para a Moody's, o adiamento indica falta de apoio político à proposta e "aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem, dada a incerteza em torno das eleições presidenciais".
"O adiamento fortalece as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos", afirmou no comentário.
Na Moody's, o Brasil tem rating Ba2, o que situa o país no grau especulativo, ou seja, considerado mau pagador de dívidas. A perspectiva é negativa, o que indica possibilidade de um rebaixamento.
A Fitch também se manifestou nesta quinta. A agência indicou, em nota, que "o adiamento da reforma da Previdência evidencia os riscos de baixa que incorporamos em nossa perspectiva negativa para o rating 'BB' do Brasil".
"A janela de oportunidade para uma reforma da Previdência significativa antes do ciclo eleitoral de 2018 está se estreitando, e atrasos adicionais ou diluições são riscos à viabilidade do teto de gastos e para a estabilidade da dívida no médio prazo, assim como riscos potenciais à confiança do mercado e ao corrente processo de recuperação no curto prazo", afirmou a agência.
Nesta quinta, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a reforma só será votada em 19 de fevereiro. As discussões devem ser iniciadas no dia 5 de fevereiro.
Mais cedo, o relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), admitiu nesta quinta (14) flexibilizar a proposta do governo, em tentativa de votar o texto em fevereiro.
"Penso que teremos que fazer em janeiro um trabalho político de conscientização dos parlamentares, mesmo queimando o recesso e vamos voltar para, em fevereiro, votar este tema", admitiu, ao deixar reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), deputados e representantes dos servidores públicos.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já havia antecipado na quarta-feira (13), que a reforma ficaria para 2018, já que o Palácio do Planalto não conseguiu os 308 votos necessários para aprovar a matéria.
Tanto Maia como o governo resistiam em admitir o adiamento da votação.
Uma reunião entre o presidente da Câmara, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente Michel Temer aconteceria nesta tarde.
No entanto, Temer ainda se recupera de uma cirurgia urológica em São Paulo e só deve retornar a Brasília na sexta-feira (15).
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