Presidente da Intel vendeu metade de suas ações antes de divulgação de falha

Crédito: Ethan Miller/AFP LAS VEGAS, NV - JANUARY 06: Intel Corp. CEO Brian Krzanich unveils a wearable processor called Curie, a prototype open source computer the size of a button, at the 2015 International CES at The Venetian Las Vegas on January 6, 2015 in Las Vegas, Nevada. CES, the world's largest annual consumer technology trade show, runs through January 9 and is expected to feature 3,600 exhibitors showing off their latest products and services to about 150,000 attendees. Ethan Miller/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
Brian Krzanich, presidente da Intel, ficou com o mínimo de papéis permitidos para que continuasse no cargo

DE SÃO PAULO

O presidente da Intel, Brian Krzanich, vendeu metade de suas ações da empresa em novembro de 2017 –a dois meses da divulgação de falhas de segurança nos chips da fabricante.

Com a venda, o executivo ficou com o nível mínimo de papéis permitido para que continuasse à frente da companhia.

A decisão teria sido tomada no fim de outubro. À época, a companhia já havia sido informada do problema há quatro meses por pesquisadores do Google, segundo o "Financial Times", que confirmou a informação.

Não há nenhuma sugestão de que a decisão do presidente esteja ligada à divulgação do defeito. O fato, porém, expõe Krzanich a uma situação desconfortável.

A Intel afirmou, em nota, que a venda não tem nenhuma relação com as falhas recentemente encontradas e que teria sido parte de um plano padrão de venda de ações, segundo o "Business Insider".

A falha de design encontrada em microprocessadores fabricados pela Intel foi divulgada nesta quarta (3) e fez as ações da empresa caírem 3,92%.

O defeito, que se estende a produtos da Advanced Micro Devices e da ARM Holding, provocou forte alarme no mercado, já que o defeito basicamente permite que hackers roubem informações sensíveis de praticamente qualquer dispositivo de computação com chips dessas marcas.

O defeito afeta a chamada memória kernel nos chips x86 fabricados na última década, segundo o site britânico "The Register", citando programadores não identificados. A falha também pode permitir que hackers explorem vulnerabilidades de segurança que incluem acesso a informações sigilosas como senhas de acesso.

A memória kernel funciona como intermediário na comunicação entre o hardware e o software. Normalmente, para completar uma ação como conectar a uma rede ou adaptar um arquivo, o processador dá controle temporário ao kernel -o que, aparentemente, cria uma brecha que nos piores casos podem comprometer dados de login, informações pessoais, arquivos confidenciais, entre outros.

Não ficou claro de imediato se a Intel enfrentará qualquer responsabilidade financeira significativa decorrente da falha relatada.

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