Estrela fará cosméticos e livros e abrirá loja em shopping em SP

Crédito: Gabo Morales/Folhapress A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
Funcionários trabalham em fábrica da Estrela em Itapira, interior de SP

TATIANA VAZ
DE SÃO PAULO

A fabricante de brinquedos Estrela anunciou que começará a jogar com dois novos negócios neste ano: uma coleção de livros infantis e a venda de cosméticos para crianças em lojas de varejo.

A companhia não abriu quanto será investido nos projetos e está instalando uma loja no shopping Morumbi, em São Paulo, para a comercialização dos produtos da marca.

A fabricação dos itens será feita por terceiros especializados, enquanto os livros serão desenvolvidos por uma nova empresa controlada, a Editora Estrela Cultural, também responsável pela distribuição para todo o país.

As iniciativas, segundo consultores de varejo e marketing ouvidos pela Folha, são uma tentativa da companhia de reavivar o apelo emocional da marca, sobretudo por meio dos pais das crianças. Nos últimos anos, a empresa investiu na modernização de alguns de seus produtos clássicos, como os jogos Detetive (vendido hoje com óculos 3D) e Banco Imobiliário (com direito a maquininha de crédito para pagamento).

"Ampliar o portfólio é uma forma de explorar o mercado de cosméticos infantil no Brasil, quase inexistente, com a venda de batons atóxicos para crianças, por exemplo", afirma Cláudio Tomanini, professor de MBA da FGV.

Vendas de categorias distintas da mesma linha de brinquedos podem ser outros caminhos. Nesse contexto, um livro da Moranguinho sobre higiene bucal seria comercializado com a pasta e a escova de dentes da boneca, assim como um livro do Ferrorama poderia contar a história das locomotivas e incentivar a brincadeira com elas.

"As possibilidades são inúmeras. A única certeza é que eles entrarão no mercado para ganhar porque já perderam tempo demais sem usar a força da marca antes", diz ele.

QUEBRA-CABEÇA

A fabricante brasileira reinou absoluta no setor de brinquedos do Brasil até sair dos trilhos, na década de 1990.

A abertura do mercado e a consequente entrada da concorrência chinesa fizeram com que ela chegasse à beira da falência nos anos 2000.

Uma forçada reestruturação reduziu o número de funcionários dos 7.000 da época para os atuais 1.800. A China passou a ser uma aliada e, ainda hoje, toda a parte de eletrônicos é feita por parceiros do outro lado do mundo.

A intenção, porém, é levar parte da produção para o Paraguai, com o objetivo de entrar na concorrência global com as rivais chinesas.

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