LUCAS VETTORAZZO
DO RIO

As vendas do comércio varejista fecharam novembro com alta de 0,7% em relação a outubro, divulgou o IBGE nesta terça-feira (9).

A alta do penúltimo mês de 2017 compensou a queda, também de 0,7%, ocorrida no mês imediatamente anterior.

Contribuíram para o indicador vendas melhores de artigos de uso pessoal e doméstico (8%) e móveis e eletrodomésticos (6,1%).

As melhores vendas tiveram impacto das festas de final de ano, além da redução da inflação e da taxa de juros.

A Black Friday, que é a data do varejo em que os lojistas fazem promoções para atrair clientes, também teve impacto positivo sobre as vendas. Em outubro, as vendas do comércio tinham sido fracas justamente porque consumidores optaram por esperar a data de descontos do mês seguinte.

"O que observamos em novembro é que as atividades mais sensíveis às promoções de novembro - que tem o foco nas vendas pela internet - foram as que se destacaram. Isso mostra que a queda de outubro foi uma postergação de compras para novembro", afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

Livros, jornais e revistas (1,4%), artigos farmacêuticos (1,2%) e vendas em supermercados e de produtos alimentícios (0,8%) também tiveram desempenho melhor em novembro frente a outubro.

Na ponta oposta, combustíveis e lubrificantes tiveram queda de 1,8% na esteira de aumentos de preços praticados pela Petrobras. Equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação tiveram queda de 5,8% na passagem de outubro para novembro.

COMPARAÇÃO ANUAL

Na comparação de novembro de 2017 com igual período de 2016, as vendas do comércio tiveram alta de 5,9%, impulsionadas, principalmente, pela melhora, ainda que lenta, da economia brasileira, pela queda dos juros e da inflação e pela redução das taxas de desemprego.

Nessa comparação, foi o melhor novembro desde 2013.

A gerente do IBGE afirma que o resultado mostra que, apesar das promoções estimularem as vendas em novembro, é preciso que haja uma conjuntura econômica adequada ao consumo.

"Essas promoções ainda estão se firmando no Brasil. As últimas três edições [da Black Friday] foram as mais fortes, mas a conjuntura não favorecia as vendas. Em 2017, o poder de consumo aumentou em relação aos três anos anteriores, houve uma queda do desemprego, aumento da renda e redução da inflação, por exemplo. Não é à toa que esse novembro está em um ritmo mais forte", diz.

Móveis e eletrodomésticos, com alta de 15,6% no período, tiveram o melhor resultado entre os oito segmentos do varejo investigados pelo IBGE.

Apenas três segmentos tiveram queda na comparação anual: combustíveis (-2,5%), livros, jornais e revistas (-2,3%) e materiais de escritório e informática (-6,8%).

No acumulado em 12 meses encerrados em novembro, o varejo teve vendas 1,1% melhores. Já no acumulado dos 11 meses de 2017, a alta observada foi de 1,9%.

VAREJO AMPLIADO

Quando considerado o chamado varejo ampliado, que inclui, além dos oito segmentos do varejo comum, veículos, motos, peças e material de construção, o indicador de novembro teve alta ainda mais expressiva, de 2,5% frente a outubro.

É uma melhora em relação ao verificado no mês anterior, quando o varejo ampliado havia registrado queda de 1,7%.

Na comparação anual, de novembro com igual período de 2016, a alta do varejo ampliado foi ainda mais expressiva, de 8,7%.

Veículos, motos, partes e peças tiveram, em novembro, alta de 1,5% em relação ao mês imediatamente anterior, e de 9,2% na comparação com novembro de 2016.

Já material de construção teve alta de 2,3%, revertendo queda de 0,8% de outubro. Na comparação anual, com novembro de 2016, a alta foi de 14,9%.

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