DE SÃO PAULO

A Bolsa brasileira voltou a fechar em território negativo nesta quarta-feira (10), em meio a preocupações com a capacidade do governo de obter apoio para aprovar a reforma da Previdência e apesar de a inflação ter fechado abaixo do piso da meta. O dólar teve queda e acabou cotado a R$ 3,23.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, fechou com queda de 0,84%, para 78.200 pontos. É o segundo dia de desvalorizações do mercado acionário local, que emendou 11 altas seguidas com impulso do exterior e de perspectivas positivas para a economia brasileira.

O dólar comercial teve queda de 0,52%, para R$ 3,230. O dólar à vista recuou 0,53%, para R$ 3,232.

A novela em torno da posse de Cristiane Brasil como ministra do Trabalho começa a causar preocupação entre os investidores.

A deputada, do PTB, foi nomeada para o cargo, mas teve a posse suspensa após juiz da 4ª Vara Federal de Niterói atender a pedido de três advogados que questionam o fato de a futura ministra ter sido condenada por desrespeitar direitos trabalhistas, tema da pasta.

"A situação da Cristiane Brasil gera uma cautela excessiva do mercado. O PTB foi o primeiro partido a fechar questão sobre a Previdência. O Temer abrir mão da filha do Roberto Jefferson poderia prejudicar a parceria do governo com o PTB pela reforma", afirma Bruno Foresti, gerente de câmbio do banco Ourinvest.

Outra notícia que azedou o humor dos investidores foram rumores de que a China considera diminuir ou mesmo suspender a compra de treasuries americanas, em meio a um mercado menos atrativo para o país e por causa das tensões comerciais entre o gigante asiático e os Estados Unidos.

AÇÕES

Das 64 ações que compõem o Ibovespa, 44 caíram, 17 subiram e três fecharam estáveis.

A maior alta do dia foi registrada pelos papéis da CPFL Energia, com valorização de 4,71%. Os laboratórios Fleury subiram 3,26%, e a Kroton Educacional fechou com ganho de 1,93%.

Entre as maiores baixas, as ações preferenciais da Eletrobras recuaram 4,12%, e as ordinárias tiveram queda de 4,02%. A EcoRodovias perdeu 3,95%, após vencer a licitação do Rodoanel Norte com uma oferta de quase o dobro da outorga mínima.

As ações preferenciais da Petrobras fecharam o dia com queda de 1,35%, para R$ 16,80. Os papéis ordinários caíram 1,88%, para R$ 17,78. O dia foi de alta do petróleo, à medida que a produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) diminui e a demanda é saudável, ajudando a equilibrar o mercado.

As ações ordinárias da Vale recuaram 1,39%, para R$ 42,47.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco tiveram baixa de 0,34%. Os papéis preferenciais do Bradesco caíram 1,05%, e os ordinários tiveram baixa de 0,64%. O Banco do Brasil se desvalorizou 0,42%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram baixa de 0,19%.

DÓLAR

O dólar perdeu força entre 21 das 31 principais moedas do mundo. Aqui, o fluxo acabou influenciando a cotação da moeda americana.

O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil fechou em alta pelo segundo dia. O CDS subiu 0,70%, para 147,4 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados subiram. O contrato para abril de 2018 teve alta de 6,728% para 6,737%. O contrato para janeiro de 2019 avançou de 6,810% para 6,865%.

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