China mira criptomoeda em repressão a esquema de pirâmide on-line

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

DA REUTERS

A China vai reprimir esquemas de pirâmide on-line, incluindo especulação disfarçada de criptomoedas e jogos na rede, informou o Ministério da Segurança Pública nesta sexta-feira (19).

O ministério atuará em conjunto com o setor industrial e o departamento comercial para eliminar esquemas do tipo pirâmide —modelo comercial que depende do recrutamento progressivo de pessoas a níveis insustentáveis—, além de punir aqueles que fraudam estudantes e grupos vulneráveis, disse o ministério em comunicado em seu site.

Um tribunal condenou neste mês duas pessoas à prisão perpétua por fraude em um esquema de pirâmide envolvendo 15,6 bilhões de yuans (R$ 7,8 bilhões) e que enganou mais de 200 mil pessoas.

Os reguladores chineses estão agindo para controlar os riscos financeiros associados aos negócios com moedas digitais. Eles já proibiram ofertas iniciais de moedas (ICOs), fecharam bolsas locais de criptomoedas e limitaram a exploração de bitcoins, mas a atividade continuou através de canais alternativos.

Governos de diversos países têm buscado formas de regulamentar essas moedas, cujos comportamentos se mostram extremamente voláteis. Só no ano passado, o bitcoin, principal moeda digital no mercado, se valorizou 1.500%.

O governo da Coreia do Sul, fonte crucial para a demanda global por criptomoedas, informou que planeja proibir o comércio das divisas.

O ministro da Justiça, Park Sang-ki, disse que o governo está preparando um projeto de lei para proibir o comércio de moedas virtuais nas bolsas domésticas.

As autoridades da Indonésia estão investigando o uso de bitcoin na ilha de Bali, após o banco central da maior economia do sudeste asiático emitir regulamento proibindo o uso da criptomoeda em sistemas de pagamento.

"Descobrimos algumas publicações nas redes sociais em que Bali parece ter se tornado um paraíso para as transações de bitcoin", disse Causa Iman Karana, chefe do escritório de representação do banco indonésio em Bali.

O banco central de Israel sinalizou que não reconhece criptomoedas como moedas reais.

"A posição do Banco de Israel é que elas [moedas virtuais] deveriam ser vistas como ativo financeiro", disse Nadine Baudot-Trajtenberg, vice-presidente da instituição, observando que não há qualquer responsabilidade do governo para com os investidores em bitcoin.

Baudot-Trajtenberg ressalta que é difícil elaborar regulamentos para monitorar os riscos dessa atividade.

"Há uma dificuldade real na emissão de diretrizes abrangentes ao sistema em relação à maneira correta de estimar, gerenciar e monitorar os riscos inerentes a essa atividade", disse ela.

O Bundesbank (banco central alemão) afirmou que qualquer tentativa de regular criptomoedas deve ser feita em escala global, porque regras nacionais ou regionais dificilmente seriam obedecidas por uma comunidade virtual e sem fronteiras.

"A regulamentação efetiva das moedas digitais somente será possível por meio de uma maior cooperação internacional, porque o poder regulatório dos países é obviamente limitado", disse Joachim Wuermeling, membro do conselho da instituição.

A União Europeia e legisladores concordaram no mês passado com regras mais estritas para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo em plataformas de troca de bitcoin e outras moedas virtuais.


ENTENDA: QUAIS CRIPTOMOEDAS EXISTEM?

BITCOIN

Seu trunfo tecnológico é um sistema chamado "blockchain" ("cadeia de blocos"). É um registro público, impossível de ser alterado, das transações feitas na moeda, que garante segurança ao sistema.

O bitcoin foi a primeira criptomoeda, e hoje é a mais cara e mais popular. Devido à demanda, as transações podem demorar dias, e as taxas cobradas pelas corretoras são mais caras

Criação: jan.2009
Variação de preço (2017): 17,9 vezes

Crédito:

BITCOIN CASH

O bitcoin cash foi um derivado que se separou do bitcoin. Esse tipo de separação ("hard fork") acontece quando há uma mudança no protocolo de uma tecnologia tão drástica que exige que aquele código seja renomeado —ou seja, o novo protocolo perde a "natureza" de bitcoin. O bitcoin cash tem uma capacidade de comportar transações maior que o bitcoin comum

Criação: ago.2017
Variação de preço (2017): 3,4 vezes

MONERO

O monero foi criado com foco na privacidade. Diferentemente do bitcoin, que tem uma identidade única, cada monero é igual a outro e pode ser trocado por uma unidade do mesmo valor. Outra diferença é que o "blockchain" usado por essa criptomoeda não é rastreável, o que ajuda a ocultar transações. É a mais fácil de utilizar para fins escusos, como comprar drogas e armas

Criação: abr.2014
Variação de preço (2017): 23,3 vezes

ETHER

O Ethereum tornou o sistema de "blockchain" mais simples e mais eficiente. Sua promessa é revolucionar o setor de serviços e finanças com essa tecnologia, garantindo previsibilidade e segurança aos softwares. Na base desses sistema está a segunda moeda mais popular depois do bitcoin

Criação: jul.2015
Variação de preço (2017): 82,9 vezes

IOTA

É controversa por não contar com o "blockchain", que é o que torna o bitcoin seguro. A ideia por trás do IOTA é que a moeda pudesse ser usada para um "mercado de dados descentralizado", uma ideia que ninguém sabe muito bem o que é, mas que supostamente teria o apoio da Microsoft.

Por isso, a moeda valorizou oito vezes desde novembro, mas seu preço caiu 15% quando seus criadores tiveram que esclarecer, na última quarta-feira (13), que a parceria com Bill Gates não é oficial.

Em agosto, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia do Massachusetts) descobriram uma falha de segurança na criptografia da moeda, que já foi corrigida

Criação: jun.2016
Variação de preço (2017): 7,2 vezes

LITECOIN

É quase idêntico ao bitcoin, com um sistema mais complexo de mineração. Os criadores afirmam que o litecoin processa as transações quatro vezes mais rápido que o bitcoin. Valorizou bruscamente em 2017, especialmente com o movimento dos últimos meses de popularização maior das altcoins

Criação: out.2011
Variação de preço (2017): 69,2 vezes

RIPPLE

O ripple é um sistema usado por bancos como UniCredit, UBS e Santander. Eles não usam a moeda em si, e sim a tecnologia por trás dela. A finalidade é efetuar transações internacionais e câmbio. O ripple tem o terceiro maior valor de mercado das criptomoedas, atrás do bitcoin e do ethereum, respectivamente

Criação: 2012
Variação de preço (2017): 119,3 vezes

DASH

O dash funciona com uma tecnologia peer-to-peer, ou seja, com uma conexão de um dispositivo para outro. Não é descentralizado como o bitcoin. Quando foi lançado, devido a um bug, foi minerado 10% do estoque de dash disponível, o que causou uma distorção nos preços, que começaram muito baixos

Criação: jan.2014
Variação de preço (2017): 79,8 vezes

QUAIS NÃO EXISTEM?

Alguns golpistas vem montando esquemas de pirâmide com criptomoedas falsas, nos quais a "moeda" é apenas uma desculpa, um produto sem valor. A vítima paga para participar e ganha comissão se trouxer mais clientes, mas os retornos são incertos.

Por isso, pagar por uma ICO (oferta inicial de moeda) pode ser um mau negócio, já que muitas das "moedas" anunciadas nem sequer têm a tecnologia necessária para funcionar.

No começo de dezembro, a SEC (comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos), que criou um departamento para fiscalizar esse tipo de infração, impediu a ICO da PlexCoin, que queria levantar US$ 15 milhões e "prometia" retornos de 1.000%.

Abaixo, uma lista de "criptomoedas" comprovadamente falsas, cuja única função era encher o bolso de seus criadores.

ONECOIN

KRIPTACOIN

SWISCOIN

PLATIN COIN

PLEXCOIN

ADSCOIN

Para acompanhar os preços e valor de mercado, há sites como Coin Market Cap e CoinDesk. As maiores corretoras no Brasil são Foxbit e Mercado Bitcoin.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.