Gestora do Santander quer fundo 'campeão' para desafiar independentes

Crédito: Marcos Santos/USP Imagens Gestora do Santander quer produtos 'focados' para desafiar casas independentes
Gestora do Santander quer produtos 'focados' para desafiar casas independentes

DE SÃO PAULO

A expressão "menos é mais" resume a nova estratégia adotada pela gestora de recursos do Santander Brasil para disputar espaço no mercado com casas independentes, como XP Investimento, Guide e Easynvest, que ganharam clientes nos últimos anos com discurso contra produtos vendidos por grandes instituições financeiras.

O primeiro resultado prático dessa decisão é a aposta em fundos "campeões", estruturados por uma equipe de gestão responsável por um produto apenas, e não por vários, explica Miguel Ferreira, diretor-presidente da Santander Asset Management.

"Estamos criando o conceito de executivos 'donos dos próprios negócios'. Numa grande asset, você tem geralmente uma série de produtos. Estamos tentando trazer assets monoproduto, que só tem um fundo,. A gente pega os gestores e coloca a responsabilidade dele em cima de um produto", afirma Ferreira.

"Colocamos o sucesso e o fracasso deles no sucesso e fracasso daquele fundo", complementa. "Na renda variável, a gente tinha dez estratégias. Agora passamos a focar em uma estratégia", diz. Nesse novo papel, os gestores são responsáveis também pelo marketing do produto, e o sucesso e remuneração desses executivos estarão atrelados ao sucesso do produto, explica.

A asset já tem um fundo multimercado com esse perfil "estratégico", e deve lançar outro da mesma categoria em fevereiro. Esses produtos têm mais liberdade para aplicar em diferentes tipos de ativos, como juros, moeda e ações.

Esses fundos, porém, são destinados ao público mais endinheirado, do segmento de alta renda do banco. "Queremos desafiar as melhores casas independentes que têm no mercado", ressalta Ferreira.

A iniciativa do banco acontece após o Itaú Unibanco começar a oferecer a clientes com mais dinheiro e também do varejo fundos de outras gestoras e também após o maior banco privado do país comprar, em maio do ano passado, 49,9% da XP Investimentos, maior casa independente do país.

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