Temer diz que alta da Bolsa indica sucesso de seu discurso em Davos

Crédito: Luciana Coelho/Folhapress Tapumes ´fecham´ fileiras de assentos para disfarçar não lotação da plateia em discurso de Michel Temer no Forum Econômico Mundial, em Davos, Suíça
Tapumes "fecham" fileiras de assentos para disfarçar não lotação da plateia em discurso de Michel Temer no Forum Econômico Mundial, em Davos, Suíça

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A DAVOS (SUÍÇA)

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (24) que a a alta da Bolsa de Valores de São Paulo é um sinal do sucesso do discurso sobre reformas no Brasil que ele fez pela manhã ao plenário do Fórum Econômico Mundial, que realiza seu encontro anual em Davos

"Acabei de receber uma boa notícia, que tudo continua na mais absoluta normalidade, a Bolsa bateu em 83 mil pontos há pouco, de modo que acho que o discurso teve boa repercussão, pelo que estou percebendo, e acho que foi muito exitosa nossa vinda para cá", afirmou Temer a jornalistas, enumerando os encontros que manteve com presidentes de grandes empresas.

Na tarde desta quarta, a Bolsa de Valores de São Paulo, que avançava 2,16% para 82.417 pontos. Segundo operadores, porém, a Bolsa sobe nesta quarta com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção, o que deve tirá-lo do cenário eleitoral.

Temer, que encerra um hiato de três anos sem presidente brasileiro em Davos, também disse que a pergunta sobre corrupção no Brasil feita a ele pelo criador do Fórum, Klaus Schwab, após seu discurso na plenária, foi uma oportunidade para "esclarecer a Europa", e que não será "desmoralizado".

"Quero dizer que agora não vou mais tolerar essas coisas. Já houve a tentativa de desmoralização, os meus detratores estão na cadeira, e quem não está está desmoralizado, desmascarados pelos fatos. Foi uma oportunidade que tive, até agradeci a pergunta, de esclarecer a Europa sobre essa questão" afirmou Temer a jornalistas ao ser indagado sobre a pergunta a respeito de corrupção.

A questão, no entanto, não se referia ao comportamento de Temer, mas sim ao espectro sobre as eleições no país. O presidente já havia feito declaração semelhante em entrevista à Folha publicada no fim de semana.

Schwab questionou Temer por não ter mencionado explicitamente a corrupção em seu discurso, apesar de haverem pendências a esse respeito no país, mesmo com as investigações concluídas ou em curso. "Eles podem influenciar essas eleições?", indagou.

O presidente então afirmou que a questão surgirá "naturalmente" no debate eleitoral e ressaltou que as investigações em curso mostram que "as instituições no Brasil funcionam".

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