Prefeitura tenta barrar consórcio em PPP da luz e TJ-SP nega pedido

Crédito: Avener Prado - 1º.dez.2015/Folhapress Av. 23 de Maio, em São Paulo, iluminada pelas antigas lâmpadas de vapor de sódio
Av. 23 de Maio, em São Paulo, iluminada pelas antigas lâmpadas de vapor de sódio
Crédito: Avener Prado - 2.abr.2014/Folhapress Em 2014, prefeitura trocou antiga iluminação da avenida por lâmpadas de LED
Em 2014, prefeitura trocou antiga iluminação da avenida por lâmpadas de LED

NATÁLIA PORTINARI
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo não teve sucesso na sua tentativa de barrar a participação de um dos consórcios que concorrem à PPP (Parceria Público-Privada) de iluminação pública, programada para ocorrer nesta segunda-feira (29).

O pedido da prefeitura, que argumenta que a garantia apresentada pelo consórcio Walks é insuficiente, foi negado neste domingo (28) por um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.

A decisão diz que a questão da garantia é "controversa" e que é preferível dar andamento ao processo licitatório.

Na sexta-feira (26), a Justiça determinou a abertura das propostas, atendendo a um mandado de segurança impetrado pelo consórcio Walks, favorito a levar o contrato, de R$ 7,2 bilhões e duração de 20 anos.

A abertura dos envelopes era esperada para dezembro de 2017 —o que não ocorreu porque a análise das garantias das propostas ainda estava em curso, segundo disse a prefeitura à época.

O principal concorrente do Walks é o consórcio liderado pela FM Rodrigues, atual prestadora de serviços da cidade.

A empresa tem sido a principal responsável pelo imbróglio judicial da PPP, anunciada em 2015 pelo então prefeito Fernando Haddad (PT-SP).

Em 2016, a FM Rodrigues questionou as garantias apresentadas pela concorrente, travando o processo no TCM (Tribunal de Contas do Município). No fim do ano passado, com a perspectiva de retomada da licitação, a empresa novamente tentou, via ação judicial, barrar o processo, sem sucesso.

A própria prefeitura já manifestou questionamentos em torno do consórcio Walks, já que uma de suas integrantes, a Quaatro, detém 99,9% das ações da Alumini, empresa condenada na Lava Jato.

A Alumini inclusive chegou a dividir a prestação de serviços de luz com a FM até março de 2017, quando foi declarada inidônea para firmar contratos com a administração pública.

A Secretaria dos Serviços e Obras da capital chegou a afirmar que a participação da Quaatro era uma espécie de "maquiagem" para que a atuação Alumini.

Enquanto isso, a prestação de serviços é feita pela própria FM Rodrigues, por meio de um contrato emergencial firmado em outubro de 2017 e que também gerou questionamentos dentro do setor, já que a escolha de caráter urgente dispensa processo licitatório.

A estimativa é que a PPP reduza os gastos com iluminação da prefeitura de atuais R$ 17 milhões por mês para R$ 8,5 milhões, com a possibilidade de as empresas vencedoras proverem wi-fi e instalarem sensores inteligentes nos postes.

O consórcio Walks afirmou, na sexta, que "espera que a decisão judicial seja cumprida, decretando o fim de um processo licitatório arrastado e que vem causando prejuízos incalculáveis ao erário público e à população da cidade de São Paulo", disse, em nota.

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