Estoque de crédito a empresas cai menos em 2017, mas segura total no vermelho

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DA REUTERS

O estoque total de crédito no Brasil encolheu 0,6% em 2017, a R$ 3,086 trilhões, divulgou o Banco Central nesta segunda-feira (29). É o segundo resultado anual seguido no vermelho, influenciado sobretudo pela queda nos financiamentos voltados às empresas, em meio à lenta recuperação da atividade econômica após a recessão.

Com isso, o crédito passou a representar 47,1% do PIB (Produto Interno Bruto), divulgou o BC. Para o ano passado, o BC previa contração de 1% do estoque após a queda de 3,5% em 2016.

"O crédito iniciou processo de recuperação, que é gradual. Algumas modalidades saíram na frente, e outras não. Ele parece alinhado com recuperação da atividade que a gente viu ao longo de 2017", afirmou o chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.

Enquanto o saldo geral de financiamentos para pessoas físicas subiu 5,6% em 2017, entre as companhias houve recuo de 7% —numa desaceleração ante a queda de 9,5% registrada em 2016. Naquele ano, o estoque cresceu 0,5% no consumo.

Olhando apenas para o crédito direcionado, linha fortemente impactada pelas operações junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o tombo no estoque de crédito para pessoas jurídicas foi de 11,6% em 2017, enquanto as concessões caíram 17,6%.

O movimento refletiu tanto a mudança na postura do BNDES, cujos desembolsos no ano passado ficaram em níveis historicamente baixos, quanto a cautela das empresas e dos bancos em fazer operações de empréstimos com a recuperação econômica ainda ganhando tração.

Isso se deu apesar do barateamento nas condições de financiamento, por conta dos sucessivos cortes que o BC fez na Selic e que a levou para a mínima histórica de 7%.

Em 2017, os juros médios no segmento de recursos livres —em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras— caíram 11,9 pontos percentuais, alcançando 40,3% em dezembro.

Ainda segundo o BC, a inadimplência no segmento de recursos livres caiu sobre novembro a 4,9% e encerrou o ano com recuo de 0,8 ponto percentual. Trata-se do menor patamar desde setembro de 2015, quando também ficou em 4,9%.

Já o spread bancário —diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final— no segmento de recursos livres diminuiu 8,5 pontos percentuais no ano, ao patamar de 31,8% em dezembro.

Já no segmento de recursos direcionados, destinados a determinados setores ou atividades e regulados em lei, os juros médios recuaram 1,5 ponto percentual no ano, a 9,1%. A inadimplência diminuiu 0,3 ponto, a 1,5% enquanto que o spread subiu 0,6 ponto no ano, a 4,3%.

2018

Para este ano, o BC tem a expectativa de crescimento de 3% no estoque de crédito, puxado pelas operações de crédito livre e pelo maior fôlego demonstrado pelas pessoas físicas. Mesmo com a recuperação, a estimativa ainda é inferior à inflação medida pelo IPCA esperada para esse ano, de 4,2%, pelo próprio BC.

O BC projeta ainda que o estoque de crédito às famílias subirá 7% neste ano, ao passo que para as empresas o cálculo é de redução de 2%, ainda ela falta de sinais de recuperação do crédito direcionado ligado BNDES.

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