Descrição de chapéu Brasil que dá certo

Instituições financeiras e start-ups se unem para criar novas ferramentas

DENILSON OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O número de start-ups do setor financeiro, as chamadas fintechs, passou de 54, em 2015, para 366, em 2017, de acordo com dados da organização Fintechlab.

Atentas a esse crescimento, as grandes empresas da área estão apostando em parcerias com as "novatas" como meio de inovar.

"As fintechs estão presentes em diversas áreas, desde conta-corrente, crédito e investimentos, até mercado cambial e criptomoedas. Isso está atraindo cada vez mais as grandes instituições, que estão interessadas na troca de conhecimento", afirma Bernardo Pascovich, diretor da ABFintech (Associação Brasileira de Fintechs).

Crédito: Rafael Roncato/Folhapress
Centro de inovação do banco Bradesco, em Alphaville, na Grande São Paulo

O Bradesco investe nesse tipo de parceria desde 2015, com um programa que permite às start-ups trabalhar com clientes reais.

O projeto já resultou na contratação de nove empresas. Duas delas receberam investimentos do banco.

Uma delas é a Rede Frete Fácil, que desenvolveu uma plataforma de gestão de caminhoneiros autônomos integrada ao cartão Bradesco Transporte, para o pagamento eletrônico de frete.

Entre os serviços oferecidos, é possível contratar entregas, localizar veículos disponíveis e divulgar cargas que precisam de transporte.

SEDE PRÓPRIA

O resultado levou o Bradesco a investir em duas sedes voltadas especialmente à incubação de novas empresas.

A primeira, aberta neste mês, é um espaço de 1.700 metros quadrados em Alphaville, na Grande São Paulo.

Nele, as start-ups trabalham com equipes do banco e com parceiros da área de tecnologia como Cisco, Google, IBM e Microsoft.

O segundo espaço será um coworking em um edifício no centro de São Paulo, com previsão de abertura no início de fevereiro. O local será dedicado a negócios baseados em tecnologias como big data, algoritmos, inteligência artificial e internet das coisas.

"Trabalhar ao lado de profissionais inovadores traz para as grandes instituições financeiras outra visão de negócio. Estamos aprendendo a manter um olhar mais próximo às necessidades do cliente", diz Luca Cavalcanti, diretor-executivo do Bradesco.

A Visa instalou seu centro de inovação na própria sede da companhia, em São Paulo, em outubro de 2016.

Nele, colaboradores e start-ups trabalham juntos para desenvolver novos meios de pagamento e criar soluções.

"Não desenvolvemos somente projetos que são de nosso interesse. Temos clientes que podem apresentar algum problema. Assim, convidamos as fintechs para nos ajudar a criar uma solução que melhor se enquadre", diz Erico Fileno, diretor-executivo de inovação da Visa.

Crédito: Zé Carlos Barretta/Folhapress
Marcelo Pimenta, diretor de inovação do Serasa Experian

Uma delas, a Smarter, especializada em inteligência artificial, ajudou a criar um sistema de chat automático pelo Facebook, usado no site Shop Fácil, canal de compras on-line do banco Bradesco.
O Serasa Experian, de análise de crédito, também apostou na criação de um laboratório de inovação, em 2016.

O espaço conta com 20 cientistas de dados e profissionais de start-ups, clientes da empresa e universidades. Entre os projetos está uma plataforma que usa geolocalização para entender o comportamento do consumidor.
"O objetivo é auxiliar as empresas e anunciantes em suas ações de marketing", afirma Marcelo Pimenta, diretor de inovação do Serasa Experian.

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