Americanas pede que ativos sejam protegidos nos EUA

Objetivo é que efeitos de recuperação judicial no Brasil sejam estendidos ao país estrangeiro

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São Paulo

A Americanas apresentou nesta quarta-feira (25) pedido para que os efeitos da recuperação judicial no Brasil sejam estendidos nos Estados Unidos, em processo conhecido como "Chapter 15".

O movimento busca estender para os ativos nos EUA os efeitos protetivos do processo de recuperação judicial anunciado na semana passada e já aprovado no Brasil.

Entrada de unidade das Lojas Americanas em Brasília - Ueslei Marcelino - 12.jan.23/Reuters

O Chapter 15 é um item do Código de Falências dos EUA, voltado a casos que envolvem empresas com atuação em mais de um país.

A regra determina que as autoridades americanas atuem em cooperação com os governos e agências estrangeiras para facilitar as negociações dos pagamentos, proteger os direitos dos credores e auxiliar na recuperação dos devedores.

A Americanas, que tem como acionistas de referência o trio bilionário de investidores que fundou a 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, entrou em crise no começo deste ano, após revelar "inconsistências" contábeis no valor de R$ 20 bilhões. O caso fez o valor de suas ações derreter.

No começo da tarde, as ações da Americanas subiam 5%, a R$ 0,84, na Bolsa paulista. Antes do anúncio sobre a descoberta dos problemas contábeis, o papel valia R$ 12.

Também nesta quarta-feira, a Americanas divulgou que a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, reduziu sua participação na empresa para cerca de 0,12% das ações, mais 0,36% via instrumentos de derivativos. Em dezembro, segundo dados no site da Americanas, essa fatia era ao redor de 5,05%.

No começo da semana, a Capital International Investors (CII) comunicou a companhia sobre a redução de sua participação acionária na varejista de 7,04% para 4,07%.

Mais cedo nesta quarta, a varejista divulgou uma lista de 7.720 credores e dívidas totalizando R$ 41,2 bilhões em seu processo de recuperação judicial.

O Deutsche Bank liderava a lista de credores, com US$ 1 bilhão, mas o banco alemão disse posteriormente que não tem relação de empréstimo ou exposição de crédito à companhia.

Bancos com exposição à varejista, de acordo com a lista divulgada pela Americanas, incluem Bradesco, com R$ 4,51 bilhões, Santander Brasil, com R$ 3,65 bilhões; BTG Pactual, com R$ 3,5 bilhões; Itaú Unibanco, com R$ 2,73 bilhões; e Safra, com R$ 2,5 bilhões.

O BV aparecia inicialmente com R$ 3,28 bilhões, mas o banco também informou à imprensa que a lista "não reflete a sua real exposição". A instituição disse que na data da revelação das inconsistências contábeis da Americanas era credor de Cédulas de Crédito Bancário (CCBs) com saldo devedor de aproximadamente 206 milhões de reais.

Com Reuters

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