Descrição de chapéu Governo Lula petrobras

Conselho da Petrobras aprova indicado de Lula para presidência

Jean Paul Prates já renunciou ao Senado e deve começar a anunciar diretoria esta semana

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Rio de Janeiro

O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (26) a nomeação de Jean Paul Prates à presidência da estatal. Ele já renunciou a seu mandato no Senado, que se encerraria em fevereiro, o que deve agilizar a posse.

A Petrobras ainda não informou o resultado da reunião, mas a Folha apurou que a aprovação foi por unanimidade, mesmo que o colegiado hoje seja formado majoritariamente por pessoas alinhadas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A expectativa é que Prates comece a anunciar ainda esta semana nomes que comporão a diretoria da empresa, em um esforço para agilizar a avaliação pelo comitê interno que analisa os currículos dos indicados à administração da companhia.

Jean Paul Prates, próximo presidente da Petrobras, durante entrevista coletiva em Brasília - Adriano Machado/Reuters

Segundo a Petrobras, Prates já tomou posse como presidente da companhia e como membro do conselho de administração. Os mandatos aprovados nesta quinta vão até o dia 13 de abril, quando vencem os mandatos da atual administração.

Será renovado em assembleia geral de acionistas em abril, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve renovar também o conselho de administração da estatal, hoje composto por seis indicados de Bolsonaro, quatro representantes dos acionistas minoritários e representante dos trabalhadores.

A nomeação de Prates nesta quinta foi facilitada pela renúncia do presidente anterior, Caio Paes de Andrade, que havia sido indicado por Bolsonaro e deixou a empresa para assumir secretaria no governo de São Paulo.

Por enquanto, há dois principais nomes cotados para a diretoria da empresa, que também participaram da equipe de transição: o economista William Nozaki, do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; e Maurício Tolmasquim, que comandou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) em gestões petistas.

A aprovação do nome foi comemorada pelos sindicatos de empregados da companhia, que tiveram fortes embates com os presidentes da estatal durante o governo Bolsonaro.

Colega de Prates na equipe de transição do governo, o coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar disse que sua nomeação é "mais uma demonstração do compromisso do governo com o povo brasileiro e a soberania nacional".

"A aprovação de Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás representa o início de uma nova era em direção ao crescimento e à retomada do papel da empresa como indutora do desenvolvimento econômico e social do país", afirmou, em nota.

Prates assumirá a Petrobras logo após o primeiro reajuste no preço da gasolina no governo Lula, anunciado nesta terça, decisão criticada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), que indicou representante para a equipe de transição do governo eleito.

Ele defende mudanças na política de preços da empresa, eliminando o conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para trazer os produtos do exterior e foi implantado no governo Michel Temer (MDB).

O novo governo quer ainda uma Petrobras mais focada no investimento do que na remuneração aos acionistas, retornando para segmentos abandonados em gestões anteriores, como fertilizantes, petroquímica e energias renováveis.

Em 2022, a Petrobras fechou o primeiro trimestre como a maior pagadora de dividendos do mundo, reflexo de uma política de enxugamento de investimentos e custos, aliada à escalada das cotações internacionais do petróleo após o período mais crítico da pandemia.

Em novembro, um dia depois de divulgar o quarto maior lucro já registrado por uma empresa no país, as ações da companhia despencaram em Bolsas de Valores, diante de temores sobre incertezas políticas e de alterações na política de remuneração ao acionista.

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