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22/07/2010 - 08h37

Maior acionista privado vende ação da Petrobras devido à capitalização

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PEDRO SOARES
SAMANTHA LIMA
DO RIO

Maior gestora de recursos do mundo e principal investidora privada da Petrobras, a empresa norte-americana BlackRock reduziu o investimento em ações da estatal devido às incertezas sobre a operação de capitalização.

Sem revelar o volume negociado, o gestor de ativos para a América Latina do BlackRock, Willian Landers, afirmou que reduziu "um pouco" a participação na empresa no segundo trimestre. O capital foi realocado em empresas ligadas ao mercado interno, como varejo.

"Estamos vendo oportunidades melhores em outras partes e, dados o atraso na operação e as incertezas com seu tamanho e o preço dos barris, achamos que, na melhor das hipóteses, a Petrobras vai andar de lado até a operação ser definida."

Sediado em Nova York, o BlackRock tem US$ 3,15 trilhões sob administração, em ações, renda fixa, imóveis e investimentos alternativos.

A área de ativos para América Latina tem US$ 8 bilhões, dos quais 72% no Brasil. Do total, 8% estão alocados na Petrobras. Isso não inclui participação em fundos de energia, sob o comando de outros gestores.

Até o fim de 2009, o BlackRock detinha 6,16% das ações preferenciais (sem voto) da Petrobras. É o único investidor privado conhecido publicamente por ter mais de 5% das ações preferenciais.

Além do BlackRock, são conhecidos apenas a controladora União, a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e o BNDES, que possuem participações maiores.

Landers ressalta, ainda, a incerteza gerada pelo tamanho da operação.

"É uma operação nunca vista no Brasil, a duas semanas da eleição. Há o risco de a diretoria sair em seis meses. Depende da precificação de um ativo difícil, que é um barril futuro. Há a regulação mudando no setor."

Depois que a operação ficar clara, diz Landers, a Petrobras voltará a ser uma das preferidas do BlackRock.

Mas, se os barris vierem com preço alto, afirma, há risco de a operação não ser aceita pelo mercado.
"O investidor não vai tirar investimento da Exxon se o preço for muito alto."

INSEGURANÇA

Para Edison Garcia, superintendente da Amec (Associação de Investidores do Mercado de Capitais), o mercado está "muito arredio e inseguro" com relação à capitalização. Desde o início do ano, o valor de mercado da Petrobras já caiu cerca de 25%. "Falta transparência."

Segundo Osmar Camilo, analista da Socopa, a desvalorização das ações da companhia é resultado principalmente "das incertezas geradas pela capitalização". O acidente da BP nos EUA, diz, teve um impacto secundário.

A Petrobras disse que as informações sobre a venda de ações são confidenciais.

 

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