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23/08/2010 - 08h54

Americanos e europeus buscam emprego na China

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FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Há dois anos trabalhando na China, o norte-americano Mike Shaw, 34, é o primeiro de sua família a deixar a região de Boston desde meados do século 19.

"Até vir para a China, nunca tinha conseguido um trabalho "das 9h às 17h" na área em que estudei. Isso diz muito sobre os Estados Unidos de hoje", diz Shaw, formado em comunicação social e hoje editor de uma empresa de relações públicas. "É estimulante estar aqui."

Ao contrário de funcionários de multinacionais, que em geral chegam por um tempo mais ou menos determinado, um crescente número de trabalhadores ocidentais está conseguindo trabalho em empresas chinesas, onde pretendem ficar sem um prazo definido.

Antes uma opção exótica, o mercado chinês, com taxa de desemprego urbano de 4,2% e economia aquecida, é cada vez mais atraente para profissionais de países como Estados Unidos (9,5%) e Espanha (19,9%).

RECÉM-FORMADOS

"Em posições de alto escalão, as empresas chinesas preferem locais, mas, para níveis de gerência ou posições técnicas onde não há mão de obra chinesa, eles importam pessoas e não olham para a sua nacionalidade, apenas se você pode fazer o trabalho", disse à Folha Chloe Shou, consultora em Pequim da Antal, multinacional de "headhunting".

Segundo Chloe, há um número cada vez maior de recém-formados estrangeiros que vêm à China para aprender mandarim ou fazer pós-graduação e acabam entrando no mercado de trabalho.

De fato, dados do Ministério da Educação mostram que, no ano passado, havia 230 mil estudantes de 190 países na China, um número recorde e 6,6% maior do que no ano anterior. A meta do governo é chegar a 500 mil alunos estrangeiros em 2020.

Amiga de Shaw, a arquiteta espanhola Cristina Bermejo passou uma temporada na China antes de se graduar. Voltou à Espanha, obteve o diploma e voltou para trabalhar em Pequim.

Segundo Shaw, o grupo de estrangeiros que querem se estabelecer é bem menor do que a quantidade de temporários. Mas ele crê que o número cresce desde 2008, sobretudo de europeus.

A impressão de Shaw pode estar correta. Uma pesquisa mundial de mercado de trabalho da Antal mostra que 72% das empresas chinesas estão contratando no nível gerencial e profissional, ante 63% dos EUA e 45% da Europa Ocidental -o Brasil aparece com 65%.

Para Huang Xiaoping, consultor da empresa de recrutamento Risfond Executive, o interesse estrangeiro ainda é pequeno e concentrado em descendentes de imigrantes chineses. Os principais motivos, diz, são a barreira cultural e a falta de benefícios para os funcionários, como um plano de aposentadoria.

Huang acredita que o crescimento chinês e a internacionalização de empresas deixarão o país mais atraente para quem vem de fora. "Nos próximos cinco anos, a China terá muitas vagas para estrangeiros", prevê.

 

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