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16/10/2010 - 09h01

Governo estuda impor limites a investimento chinês

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JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA

O governo brasileiro estuda limitar os investimentos vindos da China. O objetivo é impedir que o gigante asiático acesse áreas estratégicas, gere concorrência no mercado interno e passe a produzir em território nacional o que poderia importar do Brasil.

O alerta para o risco da invasão chinesa em investimentos diretos (ou produtivos) partiu do setor agrícola. A China vinha investindo em compras de terras, que, para agricultores, seriam usadas para plantar soja a ser vendida no país asiático.

O governo passou a ficar atento também para investidas na exploração de outros recursos naturais, como mineração, que recebeu investimentos no ano passado.

Em seguida, a discussão foi ampliada para a restrição em setores que sejam estratégicos para a soberania nacional, como o de telecomunicações, ou que possam gerar concorrência aos produtores que já atuam no Brasil, como o de automóveis.

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, admite que o próximo presidente terá que lidar com a discussão do controle de capitais para o setor produtivo.

"O Brasil é hoje um dos principais destinatários de investimentos diretos. Em algum momento o Brasil deverá discutir quais e que tipo de investimento pretende priorizar", afirmou.

ELEIÇÕES

Embora as conversas entre os órgãos envolvidos estejam avançadas, as negociações sobre esse assunto polêmico foram suspensas durante o período eleitoral.

O Banco Central, preocupado com o impacto da medida nas contas externas, é contra. O argumento da autoridade monetária é que o Brasil não deveria engessar os investimentos estrangeiros diretos em uma lei.

Para o Banco Central, o Brasil poderá ser punido com a queda dos investimentos diretos em períodos de crise internacional.

Os investimentos diretos da China hoje são pequenos, cerca de 2% de todos os investimentos estrangeiros que o Brasil recebe. Mas a entrada dos asiáticos no país vem aumentando rapidamente.

Há uma década, o Brasil não recebia nem um dólar dos chineses. Neste ano, até agosto, já vieram US$ 396 milhões da China para o setor produtivo, valor que é cinco vezes mais que o registrado nos oito primeiros meses do ano passado.

 

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