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12/11/2010 - 10h17

Crise aumenta desemprego e número de pobres nas grandes potências

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MAÍRA TEIXEIRA
DE SÃO PAULO
GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos efeitos mais devastadores da recente crise mundial é a escalada do desemprego, especialmente nas maiores economias. Países como os Estados Unidos, Grécia, Espanha, Irlanda e Reino Unido viram os índices da população desocupada explodir nos dois últimos anos e esse é um dos fatores que impede o consumo e ou aumento da renda, e consequentemente, o fortalecimento das economias internas.

Além disso, nos países enfraquecidos pela economia globalizada, ocorreram mudanças nos estratos sociais, fazendo com as classes baixas crescessem mais do que a média ou rica.

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A origem dessa movimentação pode ser explicada pelo aumento ou queda do crédito, segundo Armando Castelar, pesquisador de economia aplicada da FGV (Fundação Getulio Vargas).

"O que acontece no mundo é que aqueles países que consumiam muito pararam de consumir tanto, e aqueles países que produziam mais do que consumiam continuam querendo produzir mais. Então, você tem uma situação no mundo onde a capacidade de produção é maior que a demanda, isso significa que existe desemprego, porque são trabalhadores que poderiam ser empregados para produzir coisas, mas eles não estão porque vão produzir coisas que não têm comprador."

A lenta recuperação econômica nos Estados Unidos após a recessão iniciada em dezembro de 2007, elevou o nível de pobreza nos EUA de 13,2 %, em 2008, para 14,3 %, em 2009. Hoje, 15 milhões de norte-americanos (9,6% da população) estão desempregados, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.

"Os EUA não. Estão com uma taxa de desemprego elevada, não estão felizes com isso e querem passar a produzir coisas para exportar ou para diminuir a exportação. Dessa forma, empregaria mais. É um jogo de "rouba-o-monte", ninguém quer ceder. A guerra cambial é um reflexo desse processo", ressalta Castelar.

A Espanha, ainda sob os efeitos da crise econômica, tem índice de desemprego que beira os 20% -- o que significam mais de 4 milhões de desempregados. O governo aprovou um plano de austeridade para 2011 que inclui um aumento nos impostos para os mais ricos e cortes de gastos de 8%. O funcionalismo sofrerá um corte salarial de 5%, e os salários serão congelados em 2011. Grécia, Portugal, Itália, Irlanda são exemplos de países que sofrem com o aumento do número de desocupados.

Celso Grisi, economista da FIA (Fundação Instituto de Administração) e da USP (Universidade de São Paulo), chama a atenção para medidas impopulares adotadas por países europeus, de cortes de gastos e benefícios. "São medidas muito duras de serem tomadas, mas que já estão surtindo efeito, especialmente na Europa. Com cortes do funcionalismo, diminuição de salários, e reforma na previdência, é possível cortar gastos e isso ajuda a equilibrar as contas."

Grisi avalia que com o aumento das taxas de longevidade e, com esse novo cenário -- de pessoas ficando mais velhas, consumindo mais -- é preciso aumentar o tempo de trabalho e refazer as contas das aposentadorias. "As contas previdenciárias não fecham no mundo todo, de um modo geral. O Brasil também vai ter de cortar previdência e aposentadoria, aumentar a idade das aposentadorias [exceção de trabalhos insalubres] e aumentar a arrecadação. Se não fizer isso, a Previdência vai à falência total."

Nas economias emergentes, a movimentação das classes sociais vive dias melhores, com o crescimento da classe média e o aumento do poder de compra dos menos favorecidos. O Brasil vive neste ano um momento histórico -- a classe média atingir 50% da população --, segundo o economista Marcelo Neri, da FGV (Fundação Getulio Vargas), com base em dados da Pnad 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A FGV enquadra nesse estrato as famílias com rendas domiciliar de R$ 1.116 a R$ 4.854. Essa nova classe média abarca 94,9 milhões de pessoas.

 

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