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Juros do crédito pessoal e veículos sobem após medidas do Banco Central
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EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
As taxas de juros do crédito pessoal e financiamento de veículos subiram no início de dezembro, segundo dados do Banco Central coletados até o último dia 9.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ainda é cedo para saber se a alta está relacionada às medidas anunciadas pelo governo no início do mês para reduzir prazos e recursos para o crédito. A alta de juros se deu, no entanto, justamente nas linhas que foram alvo das medidas.
A taxa média do crédito pessoal, incluindo empréstimos consignados, subiu de 42,0% para 43,2% ao ano, puxada pelo aumento de 0,8 ponto percentual no 'spread' bancário, parcela da taxa que embute riscos, custos e o ganho dos bancos.
Nos financiamentos de veículos, passou de 22,8% para 23,0% ao ano, apesar da estabilidade no 'spread'.
As taxas médias para pessoas físicas e empresas ficaram praticamente estáveis no período, apesar da queda no 'spread'.
Segundo o BC, isso significa que houve aumento de 0,4 ponto percentual no custo de captação dos bancos. Em novembro, o custo já havia subido 0,4 ponto, devido à expectativa de elevação da taxa básica de juros em 2011.
As operações de crédito cresceram 2,1% no início de dezembro, praticamente no mesmo ritmo verificado em novembro, devido ao efeito sazonal das atividades e compras de fim de ano.
REVISÃO
O BC revisou a estimativa para a relação crédito/PIB no final de 2010, que havia sido divulgada ontem como 48%, para 47%, devido à revisão nos cálculos do PIB. Para 2011, foi mantida a expectativa de atingir 50% do PIB.
A instituição apresentou também as projeções para o crescimento do crédito no setor bancário. A liderança deve continuar com os bancos estatais em 2011, segundo o BC.
Os bancos públicos devem ter uma expansão de 15%, enquanto os privados nacionais devem registrar aumento de 14%. Os bancos estrangeiros devem registrar alta de 12%.
Hoje, a participação de mercados dessas instituições é de, respectivamente, 42%, 41% e 17%.
NOVEMBRO
A taxa média de juros para pessoas físicas recuou em novembro para 39,1% ao ano, menor patamar da série iniciada pelo Banco Central em julho de 1994.
Houve redução das taxas em linhas como financiamento de veículos e outros bens e crédito pessoal. O juro do cheque especial, por outro lado, subiu de 163,6% para 169,4% ao ano, maior desde janeiro de 2009.
A queda na taxa média foi puxada pela redução de 1,7 ponto percentual no 'spread'. A inadimplência recuou para 5,9% no mês passado.
Segundo o BC, a maior parte da queda na taxa média ao consumidor se deve ao aumento na participação de empréstimos consignados --que possuem juro menor-- em relação ao total. Essa modalidade responde por cerca de um terço dos empréstimos a pessoas físicas e tem uma taxa média de 26% ao ano.
A taxa média para as empresas caiu para 28,6%, enquanto a taxa média geral (PF+PJ) recuou para 34,8% ao ano. A inadimplência para pessoa jurídica subiu para 3,6%, enquanto a taxa geral ficou estável em 4,7%.
O volume total de empréstimos atingiu no mês passado R$ 1,68 trilhão, o equivalente a 46,3% do PIB. Houve crescimento de 2% no mês e de 16,5% em 12 meses.
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