Millôr foi uma das grandes cabeças do país, diz Verissimo
O escritor Luis Fernando Verissimo lamentou a morte do amigo Millôr Fernandes. Segundo ele, Millôr era "uma das grandes cabeças do país".
Mateus Bruxel/Folhapress |
Para Luis Fernando Verissimo, além de corajoso, Millôr era uma das grandes cabeças do país |
"Ele foi um grande intelectual, livre pensador, é um grande exemplo para o Brasil", afirmou. "Ele soube pensar o Brasil, tinha posições sempre claras, sempre corajosas. Eu acho que, pelo fato de ser rotulado como humorista, talvez muita gente não tenha prestado atenção a esse outro lado dele".
No áudio abaixo, o escritor recorda uma história que sempre era contada por Millôr. Ouça.
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Escritor Millôr Fernandes morre no Rio aos 88 anos
MILLÔR
Millôr Fernandes morreu na noite de terça-feira (27), aos 88 anos, em sua casa no Rio. Ele sofreu falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.
O desenhista, jornalista, dramaturgo e escritor, cujo nome de registro é Milton Fernandes, nasceu no Rio em 27 de maio de 1924, segundo sua carteira de identidade, mas a data pode não estar correta, segundo contava o próprio escritor.
O pai morreu quando ele tinha um ano e a mãe, quando ele tinha dez anos.
Com apenas 14 anos, começou a trabalhar como jornalista. Aos 19, foi contratado pela revista "O Cruzeiro".
No período em que ficou na publicação, as vendas subiram de 11 mil exemplares para 750 mil.
Fez sua primeira exposição de desenhos em 1957 no Museu de Arte Moderna.
Foi um dos criadores do "O Pif-Paf". Apesar de ter durado apenas oito edições, o jornal é considerado o início da imprensa alternativa no Brasil.
Millôr foi ainda um dos colaboradores de "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
Além disso, foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço na internet, inaugurando seu site, que segue no ar até hoje, no ano 2000.
O escritor também traduziu várias peças de Shakespeare, que se tornaram referência no meio teatral.
Millôr foi colaborador da revista "Veja" e de vários jornais, entre eles, "O Globo" e "O Estado de São Paulo".
Avesso a entrevistas, o escritor não costumava falar sobre seus trabalhos com jornalistas.
Ricardo Moraes/Folhapress | ||
O escrito Millôr Fernandes, que morreu em sua casa no Rio |
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