Desemprego força ex-jogador do São Bernardo a ganhar a vida na várzea
Apontado como o principal campeonato estadual do país, o Campeonato Paulista deixou 31% dos jogadores sem clube após o término das três divisões. O número é resultado de um levantamento realizado pela Folha, que durante dois meses vasculhou o destino de 1.704 jogadores inscritos nas três divisões do Estado.
No total, 523 jogadores ficaram sem clube após os torneios.
Anderson Portela de Araújo, 27, conhecido como Magrão, é um dos jogadores que encontra-se nesta situação. Àpós disputar a Série A1 pelo São Bernardo, ele ficou sem clube e recorreu ao futebol amador.
"Na várzea, com premiações, bonificações, consigo ganhar mais do que o salário mínimo. Cada jogador negocia o próprio valor que vai receber com o dono do time. Acaba compensando para mim. Tenho a semana livre para treinar e de fim de semana jogo mais de uma vez", disse em entrevista para a TV Folha.
"Com a vantagem de receber sem atraso", completa Fernando Cerqueira Cesar Baptista, diretor jurídico do Bom Senso FC, movimento de ex-jogadores e jogadores que propões melhorias no futebol brasileiro.
"Nós vemos dois problemas que causam o desemprego no futebol. O calendário, que deixa muitos clubes inativos boa parte do ano e jogadores sem emprego, e a gestão profissional, com a administração dos recursos", disse.
A pesquisa feita pela Folha incluiu consulta ao registro de atletas da FPF (Federação Paulista de Futebol), aos clubes e a dois banco de dados de jogadores, o português "O Gol" e o alemão "Transfermarkt". Em alguns casos, jogadores foram ouvidos.
Confira o especial completo em Desemprego no Futebol.
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