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11/11/2011 - 14h37

Após quatro dias preso, jornalista brasileiro é solto na Síria

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MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Depois de passar quatro dias preso em Damasco, o jornalista brasileiro Germano Assad, 26, foi libertado na noite de terça-feira e embarcou ontem de volta para o Brasil.

Ele havia chegado à Síria há alguns meses, no início da revolta popular contra o regime do ditador Bashar Assad, com um visto de estudante para fazer um curso de árabe. Durante sua permanência na Síria, Germano colaborou com a Folha, enviando reportagens sem se identificar, por razões de segurança.

Sua libertação ocorreu horas depois de o embaixador do Brasil em Damasco, Edgard Casciano, interceder a seu favor com o Ministério das Relações Exteriores.

As autoridades sírias informaram ao embaixador brasileiro que Germano foi detido por estar trabalhando como jornalista sem autorização.

Germano contou que foi arrancado de um táxi por agentes de segurança perto do apartamento em que morava, na cidade antiga de Damasco, quando se preparava para deixar o país. Passou quatro dias numa pequena solitária em que mal podia se levantar, segundo ele, e foi submetido a longos interrogatórios, mas não sofreu violência física.

Em conversa com a Folha pouco após ser libertado, ele disse que se sentia "sujo e com o corpo moído", depois de quatro dias na solitária sem tomar banho, mas que estava bem.

A impressão de Germano é que os investigadores tinham um informante muito próximo dele, dada a quantidade de informações detalhadas que possuíam sobre seu cotidiano em Damasco.

A ditadura síria apertou ainda mais o cerco ao trabalho de jornalistas desde o início da revolta, em março, e limitou a números mínimos a entrada da imprensa estrangeira no país. Segundo a organização Repórteres sem Fronteiras, mais de 40 jornalistas e bloggers continuam presos ou estão desaparecidos.

Apesar do acordo estabelecido na semana passada com a Liga Árabe, em que o regime sírio se comprometeu a cessar a violência contra os oposicionistas e retirar os tanques das cidades, a repressão continua.

De acordo com a mais recente estimativa da ONU, ao menos 3.500 pessoas foram mortas nos últimos oito meses na repressão das forças de segurança aos protestos.

 

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