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23/11/2011 - 09h53

Ministro de Saúde egípcio reconhece mortes por ferimentos de bala

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DA EFE, NO CAIRO

O ministro da Saúde egípcio, Amr Helmy, reconheceu nesta quarta-feira que várias das vítimas dos enfrentamentos entre polícia e manifestantes na praça de Tahrir, no Cairo, e nos arredores morreram por ferimentos de bala.

"Foram encontradas balas de fogo em alguns dos corpos", disse o ministro em encontro improvisado com jornalistas e médicos na praça Tahrir, onde afirmou que foram abertas investigações em todos os casos de mortos por disparos.

Além disso, Helmy explicou que foram identificados corpos com balas fragmentadas em seu interior, algo que poderá indicar o uso de armamento não convencional após as pesquisas.

Desde o início dos enfrentamentos no sábado, já morreram ao menos 30 pessoas no Egito.

Helmy acrescentou que seu ministério está analisando os gases utilizados pelas forças de segurança, após receber denúncias de que são mais fortes que os lacrimogêneos frequentemente empregados para dispersar manifestações.

De acordo com reportagem da agência Efe, as forças de segurança utilizaram recipientes de gás que em alguns casos já venceram há mais de três anos.

Os médicos presentes na praça Tahrir denunciaram a Helmy o uso de gases vencidos e ele alegou que "seu uso não é cancerígeno, ou pelo menos não é mais do que os alimentos fritos. Se comer exageradamente, esses alimentos também podem causar um câncer".

"Se algo estiver vencido não quer dizer que seja perigoso, mas já não tem eficácia, como acontece com os medicamentos", disse.

Um dos médicos voluntários nos hospitais de campanha de Tahrir, Amro Murada, explicou que há dois tipos de gases utilizados nas manifestações no Egito, e que um deles, proibido nos Estados Unidos, tem efeitos secundários sobre os olhos e possíveis efeitos cancerígenos.

"Achamos que este é o gás que está sendo utilizado por aqui. Por enquanto estamos tentando neutralizar sua acidez e tratando seus efeitos sobre os olhos e o sistema nervoso", disse Murada.

O ministro da Saúde também defendeu a gestão de seu Departamento durante os distúrbios e assegurou que contribuiu com uma quantidade indeterminada de dinheiro para financiar o equipamento dos hospitais de campanha.

"Também mandamos equipamento logístico como ambulâncias, e ontem enviamos uma quantidade grande de remédios", disse.

O ministro teve que deixar precipitadamente a praça após sua conversa com jornalistas e médicos, depois que alguns jovens começaram a avançar em sua direção repreendendo a junta militar.

 

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