Publicidade
Publicidade
Faltou combinar com os russos
Publicidade
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU
Em muitas viagens ao exterior, o primeiro contato com o país de destino ocorre na hora de solicitar o visto. No caso da Rússia, onde estou para escrever sobre os 20 anos do fim da União Soviética, a experiência é bastante intimidatória.
Veja galeria com fotos sobre o fim da URSS.
Desde 2008, o Brasil e a Rússia colocaram em vigor um acordo para isenção de vistos em viagens de até 90 dias. O problema é que o documento bilateral não detalhava o que fazer com jornalistas. Esse vazio foi preenchido pelo lado russo no começo do ano.
Tratou-se da resposta ao episódio envolvendo o jornalista free-lancer brasileiro Solly Boussidan, preso em janeiro na cidade de Sochi, próxima à tensa região do Cáucaso e da Abkházia, enclave russo alvo de disputa com a Geórgia.
Com visto de turista, Boussidan publicou da Rússia um texto sobre o atentado no aeroporto de Moscou, que acabara de ocorrer. Detido por cinco dias, relatou ter sido interrogado por oito horas e ter ficado 48 horas sem comida.
Logo após o episódio, o governo russo enviou ao Itamaraty as condições para emitir visto a jornalistas brasileiros. Não foram poucas:
- Carta (original, no papel timbrado) da diretoria da mídia, dirigida à Embaixada do Brasil em Moscou solicitando o visto e o credenciamento. O conteúdo da carta: informações sobre a empresa como a circulação, leitores e etc; objetivo da viagem; cidades a serem visitadas; período da viagem: de...a..., especificando o período de permanência em cada cidade em território russo.
- Dados de voos e deslocamentos em território russo: número dos voos, aeroportos e horários de chegada e partida, origem e destino, mesmo que sejam deslocamentos internos feitos de ônibus ou trem;
- Dados dos hotéis na Rússia: nome, endereço e telefone e nome da pessoa responsável pela reserva. Além da trabalheira, as novas regras engessam a viagem: não dá para mudar o roteiro nem esticar a permanência, já que o visto tem a duração exata do período da viagem. Restrições duras para um ofício que bebe da improvisação e do inesperado.
Outro problema é a demora na tramitação. No meu caso, sem contar a preparação de todas as exigências, foram 15 dias --ficou pronto 48 horas antes do meu embarque. Se eu tivesse de cobrir alguma emergência, chegaria bem depois da ambulância.
Não é por acaso que a Rússia aparece tão mal no mais recente ranking de liberdade de imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras: está na posição 140, de um total de 178 países. O Brasil, que não é nenhuma maravilha, ocupa o número 58.
+ Canais
- Conheça a página da Folha Mundo no Facebook
- Acompanhe o blog Pelo Mundo
- Acompanhe a Folha Mundo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
+ Notícias em Mundo
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice