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05/12/2011 - 07h06

Diplomacia da bola me deixou entrar na região

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FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A TIRASPOL (TRANSNíSTRIA)

Região fora das rotas turísticas europeias, a Transnístria tem sido evitada por viajantes devido à dificuldade de cruzar uma fronteira não reconhecida onde nenhuma regra está escrita. São vários relatos de estrangeiros obrigados a subornar os funcionários da imigração.

Tentando evitar problemas, contatei o jogador baiano Fred Nelson de Oliveira. A diplomacia da bola deu certo: na hora de cruzar a Transnístria vindo da Ucrânia por uma estrada mal conservada, bastou citar seu nome para que fosse autorizado a entrar.

Filho de microempresários de Salvador, Fred é dos poucos negros em Tiraspol. Chegou há quatro anos, contratado pelo Sheriff quando atuava no Engenheiro Beltrão (PR).

Ajudado por um namoro de um ano e meio com uma menina da cidade, Fred já fala russo. "Quando não sei uma palavra, acho alguém que fala moldavo [romeno, língua de origem latina]."

Fred começou jogando no Sheriff, mas agora está no Tiraspol, menos badalado. Ambos pertencem à mesma empresa, disputam o Campeonato da Moldova e têm mais dois brasileiros no plantel, com salários em torno de R$ 9.000.

Os jogos do Tiraspol costumam atrair cerca de 200 torcedores, conta Fred. "A região é muito pobre. Isso aqui não é Europa."

Com Fred de tradutor, localizei um apartamento para alugar por R$ 70, num bloco em estilo soviético.

O isolamento da região é tão grande que Fred pensou se tratar de um trote quando lhe telefonei. Em quatro anos, nunca havia falado com um jornalista brasileiro.

 

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