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12/12/2011 - 09h17

Israel interdita passarela em local sagrado de Jerusalém

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DA REUTERS, EM JERUSALÉM

Israel interditou nesta segunda-feira uma passarela de pedestres que dá acesso ao local mais sagrado e volátil de Jerusalém. A estrutura de madeira, usada principalmente por turistas não muçulmanos, era considerada insegura, mas havia temor de que sua demolição causasse uma reação violenta entre os árabes.

A passarela foi construída pelas autoridades israelenses como um improviso depois que, em 2004, uma tempestade de neve e um terremoto destruíram uma ponte de pedra que ligava o Muro das Lamentações, cultuado pelos judeus, ao terreno onde ficam a mesquita de Al Aqsa e a Cúpula da Rocha.

Qualquer obra no terreno pode ser politicamente explosiva. Em 1996, durante o primeiro mandato de Binyamin Netanyahu como primeiro-ministro, a inauguração de uma nova entrada em um túnel usado por turistas perto do complexo desencadeou protestos dos muçulmanos e tiroteios que mataram 60 palestinos e 15 israelenses.

A passarela deveria ser demolida em novembro, mas Netanyahu adiou a operação por orientação de diplomatas e autoridades de segurança, segundo fontes governamentais.

Sebastian Scheiner/Folhapress
A ponte de madeira, à direita, que permite o acesso à mesquita Al Aqsa e à Cúpula da Rocha, em Jerusalém
A ponte de madeira, à direita, que permite o acesso à mesquita Al Aqsa e à Cúpula da Rocha, em Jerusalém

O premiê israelense foi alertado de que retirar a estrutura e construir uma nova ponte poderia enfurecer os muçulmanos --especialmente no turbulento Egito--, por despertar suspeitas de que a obra poderia danificar a mesquita de Al Aqsa, segundo as mesmas fontes. As autoridades, no entanto, garantiram que não haveria danos às edificações.

A passarela, condenada por engenheiros da prefeitura, é usada principalmente por turistas, já que os muçulmanos entram no complexo por outros acessos, e os judeus rezam do lado de fora, no Muro das Lamentações.

A imprensa israelense disse que Israel vai discutir o futuro da ponte com o rei da Jordânia, que tem a custódia dos locais islâmicos sagrados em Jerusalém.

O xeque Mohammad Hussein, múfti de Jerusalém e principal clérigo islâmico da cidade, disse que as autoridades religiosas muçulmanas são contra a demolição da atual estrutura e a construção de uma nova.

O complexo religioso fica na parte antiga de Jerusalém, capturada por Israel com a Cisjordânia na guerra de 1967, e posteriormente anexada ao país sem o reconhecimento internacional. Os palestinos querem que essa área seja parte de um Estado a ser criado na Cisjordânia e na faixa de Gaza.

Os judeus reverenciam o local por ter abrigado um importante templo destruído no século 1º pelos romanos. As fundações que restam, na sua parede oeste, formam o atual Muro das Lamentações.

Para os muçulmanos, que tomaram Jerusalém dos cristãos bizantinos no século 7º, a Cúpula da Rocha marca o ponto onde Maomé iniciou sua viagem noturna ao céu.

 

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