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Protesto contra usina elétrica na China termina em violência
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DA REUTERS, EM HAIMEN
Policiais usaram gás lacrimogêneo nesta quinta-feira para dissolver protestos contra um projeto de usina elétrica numa localidade do sul da China.
Haimen, cidade litorânea com aproximadamente 120 mil habitantes, fica cerca de 130 km a leste da aldeia de Wukan, onde um acordo entre autoridades e moradores encerrou na quarta-feira uma mobilização popular de dez dias contra um confisco fundiário.
Protestos se tornaram relativamente comuns na China por causa da corrupção, da poluição, de reivindicações salariais e de confiscos fundiários realizados por autoridades locais em nome do desenvolvimento. Especialistas chineses calculam que têm ocorrido a cada ano em média 90 mil "incidentes de massa", como os protestos são chamados.
O controle político do Partido Comunista não é diretamente ameaçado por esses incidentes, mas as autoridades temem que os manifestantes se aglutinem em contestações mais organizadas contra o regime.
A violência em Haimen durou três dias, período em que alguns manifestantes viraram carros e atiraram tijolos na polícia, em protesto contra a construção de mais uma usina termoelétrica a carvão na região.
Nesta quinta-feira, a polícia soltou gás em um terreno para tentar conter um grande grupo de manifestantes que avançava sobre motos, de acordo com imagens exibidas pelo canal Cable TV, de Hong Kong. Alguns manifestantes foram vistos recuando rapidamente diante da fumaça.
"Que lugar no mundo constrói duas usinas elétricas a menos de um quilômetro de distância?", disse um morador de Haimen identificado como Cai, vendo as fileiras de policiais a poucas centenas de metros. "As fábricas são nocivas para a nossa saúde. Nossos peixes estão morrendo, e há muita gente com câncer."
Na quarta-feira, autoridades anunciaram a decisão de suspender o projeto, mas os moradores não cederam, exigindo seu cancelamento definitivo.
Os distúrbios em Haimen são mais um desafio para o dirigente comunista da província de Guangdong, Wang Yang, que é cotado para assumir um cargo na próxima geração de líderes nacionais, após a transição prevista para 2012.
O principal jornal chinês elogiou nesta quinta-feira a resolução da crise em Wukan, sugerindo que a disputa não necessariamente abalou as perspectivas de Wang.
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