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19/01/2012 - 03h30

Dilma quer encontrar Fidel em Cuba

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CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

A presidente Dilma Rousseff solicitou um encontro com Fidel Castro, líder da Revolução Cubana e ditador do país até 2006, quando fizer sua primeira visita a Havana, no dia 31.

Apesar do caráter simbólico do possível encontro, que ainda está para ser confirmado pelas autoridades da ilha, a prioridade de Dilma na viagem é "sistematizar" o relacionamento no plano econômico, informa o Itamaraty.

A avaliação brasileira é que, com as reformas em curso em Cuba, a relação pode ser proveitosa para os dois lados, sobretudo a partir da inauguração, prevista para meados do próximo ano, do porto de Mariel, que está sendo construído pela Odebrecht, com financiamento do BNDES.

"É mais um mercado que se abre. Eles estão absolutamente interessados em ampliar a parceria conosco e apostam nesse porto como polo de concentração de investimentos para exportação", disse Tovar Nunes, porta-voz do Itamaraty, que esteve no início da semana em Havana, com o chanceler Antonio Patriota, para preparar a visita.

Uma indústria de vidros brasileira, a Fanavid, vai se instalar no porto, com a perspectiva de vendas para o mercado interno cubano, o Brasil e a região do Caribe.

Segundo Tovar, há campo para investimentos em medicamentos genéricos, inclusive contra o câncer, refino de petróleo e produção de lubrificantes. Ele citou também os biocombustíveis da cana, dizendo que estão sendo vencidas as resistências nesse campo de Fidel, para quem o produto competia com a produção de alimentos.

O porta-voz indicou que os cubanos têm o Brasil como parceiro preferencial.

"Temos um menu de ofertas maior do que a Venezuela e um jeito próprio de cooperar. Em Mariel, 85% da mão de obra é local."

Para o porto, o governo deve aprovar a última parcela de US$ 230 milhões, de um financiamento total de cerca de US$ 600 milhões. Nos últimos três anos, o BNDES desembolsou US$ 232 milhões para Cuba, na modalidade de financiamento da exportação de bens e serviços brasileiros.

Dilma não deve tocar publicamente em temas de direitos humanos. Segundo Tovar, o assunto é discutido privadamente e tratado no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, onde Cuba já passou por uma revisão periódica (à qual todos os países são submetidos).

"Existe a preocupação nossa de não singularizar um caso ou outro", disse. Ele acrescentou que, após as últimas libertações de presos políticos, há "uma abertura de fato" na ilha, na qual a Igreja Católica tem papel proeminente.

A programação da viagem não foi fechada, mas Dilma deverá se encontrar com o dirigente Raúl Castro, depositar flores no túmulo de José Martí e visitar o porto de Mariel. Pode ainda fazer um passeio privado pela parte antiga de Havana.

Ela dorme na ilha e no dia seguinte vai ao Haiti.

 

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