Supremo paquistanês rejeita apelação do primeiro-ministro

A Suprema Corte do Paquistão rejeitou nesta sexta-feira a apelação do primeiro-ministro do país, Yousaf Raza Gilani, contra a decisão judicial de processá-lo por desacato, informou a imprensa local.

Os magistrados da Suprema Corte mantiveram assim a convocação de Gilani, que deverá se apresentar à Justiça na próxima segunda-feira.

Segundo o periódico "Express Tribune", o chefe do Tribunal, Iftikhar Chaudhry, ignorou os argumentos apresentados pela defesa do primeiro-ministro e chegou a afirmar que a própria apelação podia ser considerada como desacato.

O Supremo decidiu processar Gilani após o Executivo que dirige ter se recusado a enviar uma carta às autoridades suíças para requisitar a reabertura de um caso de lavagem de dinheiro contra o presidente do país, Asif Ali Zardari, que foi arquivado em 2008.

A causa foi encerrada na Suíça a pedido do governo paquistanês depois da aprovação de uma anistia que favoreceu centenas de políticos e permitiu o retorno do exílio da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada em dezembro de 2007, e de seu viúvo, Zardari.

O Supremo revogou esta anistia e considera que o Executivo de Gilani tem a obrigação de enviar esta carta às autoridades suíças, que deverão decidir depois se reabrem ou não a causa.

Se Gilani for condenado, poderá enfrentar uma pena de até seis meses de prisão e ver-se obrigado a renunciar à chefia de governo.

A atual legislatura expira no início de 2013.