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03/07/2012 - 05h00

Temos de evitar luta de classes criada por Lugo, diz pré-candidato

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ISABEL FLECK
ENVIADA ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Horácio Cartes, o homem que Fernando Lugo acusa de ter orquestrado o "golpe" para tirá-lo do poder, nega ter feito aliança com o PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), do atual presidente, Federico Franco, para chegar a um impeachment.

Afirma que recusou proposta dos liberais para fazer parte do novo governo.

O empresário é o favorito e mais polêmico pré-candidato colorado à Presidência. Ele apareceu vinculado ao narcotráfico em telegramas do Departamento de Estado vazados pelo WikiLeaks.

Cartes recebeu a reportagem da Folha em sua casa, fortemente vigiada em um bairro nobre de Assunção.

*

Folha - Lugo o acusa de ter articulado um golpe para tirá-lo do poder. O sr. participou de alguma articulação?

Horácio Cartes - Não negociamos nada. Não vou faltar com a verdade: os liberais nos perguntaram como queríamos administrar o país. Disse que o Partido Colorado hoje é oposição. Os colorados caíram em abril de 2008 e, se a gente negociasse um "carguinho" que fosse, então iríamos entrar na sem-vergonhice de que isso tem interesse político. A única coisa que a gente disse é que a prioridade era o país, a pátria.

Como vê a reação do Mercosul e do Brasil à saída de Lugo?

Os próprios produtores brasileiros, que pedem para Dilma Rousseff reconhecer o novo governo, são uma resposta. Eles podem estar cheios de boas intenções, mas não tenho dúvida de que, quando verificarem a Constituição, vão ver que não foi ferida em um milímetro.

Por que o senhor é a melhor opção do Partido Colorado?

O grande problema do Paraguai é emprego, e somos uma família que nunca esteve na política, mas a vida provou que sabemos produzir empregos. A gente sabe tratar com muita dignidade os nossos empregados. O único projeto que funciona hoje no país com os camponeses é um projeto privado nosso de fumo, cuja tecnologia nós importamos do Brasil.

Não seria a hora de uma aliança com os liberais para as presidenciais de 2013?

Se hoje aparecer uma aliança, vai parecer que demos um golpe para um oportunismo político.

Se o senhor fosse presidente, o que teria feito de diferente no caso de Curuguaty?
Em primeiro lugar, é preciso levar apoio, desenvolvimento rural ao campo. Hoje, enquanto produtores paraguaios, alemães e brasileiros estão trabalhando com tratores, os nossos camponeses estão trabalhando com arados puxados a boi. Temos que entrar num programa de assistência, evitar essa luta de classes sociais que foi criada pelo governo Lugo.

 

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