Setor de serviços alemão estagna após 8 meses de expansão

O setor de serviços da Alemanha inesperadamente se estagnou em junho e encerrou um período de oito meses de expansão, revelou nesta quarta-feira a pesquisa PMI (Índice de Gerentes de Compras), a cargo do instituto Markit.

A sondagem mostrou que a demanda por novas encomendas caiu, o que reforça as evidências de que a maior economia da Europa não pode mais ser vista como o fator que salvará a região da recessão.

O indicador teve uma leitura de 49,9 em junho ante 51,8 em maio, pouco abaixo da marca de 50 --que divide crescimento de contração-- e da leitura preliminar de 50,3.

A leitura desta quarta-feira foi a menor desde setembro do ano passado, o que se deve aos níveis menores de novos trabalhos pelo terceiro mês seguido e à forte queda nas expectativas de negócios.

O subíndice de expectativas registrou a maior queda mensal desde novembro de 2002, caindo em território negativo pela primeira vez neste ano.

EXPORTAÇÕES E DEMANDA DOMÉSTICA

A Alemanha conseguiu evitar o destino de outros membros da zona do euro graças a fortes exportações para fora do bloco e à forte demanda doméstica.

No entanto, as vendas no varejo alemão recuaram inesperadamente em maio na comparação mensal, caindo 0,3 por cento em termos reais, mostraram dados preliminares na semana passada, minando as esperanças de que o consumo privado dará suporte ao crescimento.

"Os fornecedores de serviços estão muito menos confiantes nas perspectivas para o ano à frente do que em maio, refletindo queda em novos negócios e preocupações com a perspectiva econômica global", disse o economista do Markit Tim Moore.

INDÚSTRIA

O setor industrial da Alemanha encolheu em junho no ritmo mais rápido em três anos, mostrou o PMI na segunda-feira, com a entrada de novos negócios caindo pelo 12o mês seguido.

Como resultado, o PMI composto, que combina as leituras de serviços e indústria, caiu para 48,1, ante 49,3 em maio, e abaixo da estimativa inicial de 48,5.