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09/07/2012 - 04h00

Bancos sufocam a economia, critica ministro britânico

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RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O ministro britânico dos Negócios, Vince Cable, afirmou ontem à emissora de TV BBC que os bancos estão sufocando a recuperação econômica do país por adotarem práticas que focam apenas lucros no curto prazo e que não estimulam as empresas.

Cable também responsabilizou as instituições financeiras pelo resultado insatisfatório das medidas adotadas pelo Banco da Inglaterra (banco central do país) para injetar liquidez na economia.

Na semana passada, a instituição anunciou que aumentará a oferta de moeda no mercado, ampliando seu programa de compra de ativos em 50 bilhões de libras nos próximos meses. Com isso, esse programa chegará ao total de 375 bilhões de libras (US$ 585 bilhões).

O ministro britânico foi assertivo na crítica aos bancos: "Considerando-se que nossos principais bancos estão francamente impedindo a recuperação por não emprestarem recursos às empresas, particularmente às de pequena escala, temos que ter foco exclusivo nessa tarefa: como ter certeza de que esse dinheiro adicional chegará aos negócios", declarou Cable.

O Reino Unido experimenta o chamado "segundo mergulho" na recessão econômica (caracterizada por dois trimestres seguidos de contração do Produto Interno Bruto). Depois de passar pela crise em 2008-2009, o país voltou a ter índices negativos no último trimestre de 2011 e nos primeiros três meses de 2012.

Além disso, atravessa uma crise de confiança quanto ao setor bancário, com a revelação de que um de seus maiores bancos, o Barclays, manipulou taxas de juros interbancárias. Há suspeitas de que o governo e o banco central britânicos tenham participado desse episódio.

A manipulação de taxas de juros ocorreu entre os anos de 2005 e 2009, quando o Reino Unido ainda era governado pelo Partido Trabalhista. O escândalo resultou no pedido de demissão de Bob Diamond, 60, até então diretor-executivo do Barclays.

O banco também pagou multa de quase R$ 1 bilhão a autoridades reguladoras do Reino Unido e dos Estados Unidos por conta das manipulações da Libor (London Interbank Offered Rate, a taxa de juros para operações entre os bancos).

Na entrevista à BBC, Cable disse que o governo trabalha em uma reforma bancária para separar os setores de varejo e de investimentos, que chamou de "cassinos".

ESPANHA

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse ao jornal "El País" que levará tempo até que seja possível que a Europa recapitalize diretamente bancos, como quer a Espanha.

Schäuble também mostrou vontade de resolver os problemas do bloco de modo conjunto. "Isso não é futebol: na Europa, ganhamos ou perdemos todos juntos", disse.

Mario Monti, premiê italiano, acusou países europeus de minar a credibilidade das decisões tomadas na zona do euro, pedindo ao bloco que aplique rapidamente as resoluções adotadas no final de junho. Ele referia-se à Finlândia e à Holanda, que têm questionado publicamente alguns acordos fechados por líderes europeus.

 

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