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10/07/2012 - 06h00

'Muro financeiro' ameaça ser nova Cortina de Ferro na Europa

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PAUL TAYLOR
DA REUTERS

Há crescentes sinais de que a união monetária e econômica da Europa está se fragmentando em uma velocidade bem superior à das tentativas de consertá-la por parte dos legisladores europeus.

Os líderes da zona do euro concordaram em permitir que o fundo permanente de resgate aos países em crise no continente --de € 500 bilhões-- seja utilizado para injetar dinheiro diretamente nos bancos, tão logo um mecanismo único de supervisão bancária seja implantado.

Mas, mesmo com a corrida para pôr esse mecanismo de supervisão bancária de pé em 2013, ele pode chegar tarde demais. A fuga de depósitos dos bancos espanhóis se acelera, e não está claro se a ajuda de € 100 bilhões à Espanha fará o fluxo se inverter.

Além disso, muitos bancos estão sendo forçados a se reorganizar em termos nacionais, o que acentua a divisão norte-sul dentro da união monetária --um muro financeiro, invisível e potencialmente tão perigoso quanto a velha Cortina de Ferro, ganha altura dentro da zona do euro.

A diferença entre as taxas de juros nos países europeus credores (baixíssimas) e nos devedores (muito altas) faz com que os melhores bancos espanhóis ou italianos tenham de pagar bem mais por empréstimos --quando conseguem obtê-los-- do que os mais mal administrados bancos alemães ou holandeses.

Quanto mais essa situação durar, mais difícil será a recuperação do sul da Europa, com o desemprego e a alta da pobreza alimentando o risco de violenta reação política.

Analistas da União Europeia avaliam que a vontade política de manter a moeda única levará os líderes da zona do euro a uma união bancária completa, e o mecanismo de supervisão conjunta é o primeiro passo nesse rumo.

Por ora, porém, a desintegração financeira da Europa se move mais rápido do que as forças pró-integração.

Tradução de ROGÉRIO ORTEGA

 

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