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18/07/2012 - 04h00

Senado dos EUA investiga atuação do HSBC contra lavagem de dinheiro

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LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O banco HSBC dos EUA admitiu nesta terça-feira ter descumprido a regulamentação americana contra lavagem de dinheiro, em um escândalo que envolve supostas transações com casas de câmbio operadas por narcotraficantes mexicanos e com países considerados párias por Washington, como o Irã, entre 2006 e 2008.

As suspeitas, apresentadas pelo Senado, culminaram na renúncia do diretor do banco para regulamentação, David Bagley, e envolvem manobras internacionais que passam inclusive pelo Brasil.

Jim Lo Scalzo/Efe
Irene Dorner, presidente do HSBC EUA, e Stuart Levey, chefe jurídico do banco, prestam juramento no Senado
Irene Dorner, presidente do HSBC EUA, e Stuart Levey, chefe jurídico do banco, prestam juramento no Senado

Expuseram também falhas na Controladoria do Tesouro americano (OCC, na sigla em inglês, o órgão que regulamenta e supervisiona os bancos), criticada pelos senadores que conduziram a audiência durante todo o dia.

"O HSBC usou sua unidade nos EUA de portal para o sistema financeiro americano a fim de [permitir a] algumas de suas filiais pelo mundo fornecer serviços em dólar, enquanto negligenciava a regulamentação bancária dos EUA", afirmou o senador democrata Carl Levin.

"Devido a um controle precário contra lavagem de dinheiro, o HBUS [o HSBC dos EUA] expôs os Estados Unidos a dinheiro de drogas do México, travelers checks suspeitos, corporações laranjas e jurisdições párias."

Não há acusação criminal.

As conclusões contidas no relatório da subcomissão do Senado, que levou um ano investigando a questão, indicam que o banco teria aberto contas nos EUA para filiais que não seguem os parâmetros americanos contra lavagem de dinheiro, incluindo operações com casas de câmbio no México usadas como fachada por narcotraficantes.

Um dos casos investigados envolve mais de 25 mil transações suspeitas, num total de US$ 19,4 bilhões (R$ 39 bi).

O banco teria também operado com contas de filiais estrangeiras suspeitas de ligação com financiamento de terrorismo, além de transações com empresas-fantasmas em paraísos fiscais, como as ilhas Cayman.

OUTRO LADO

Em comunicado, o HSBC admite erros e afirma ter tomado medidas para melhorar seus controles. "Admitimos que, no passado, algumas vezes falhamos em cumprir os padrões que os reguladores e os clientes esperavam de nós."

"Responderemos por nossas ações e nos comprometemos a consertar o que ocorreu de errado", completou.

O banco apresentou uma lista de medidas que tem tomado, inclusive de reestruturação de suas operações de supervisão, que foi aceita pelos senadores. Durante a longa audiência, Bagley, o responsável global pela supervisão, pediu demissão.

Seis executivos do banco, incluindo responsáveis por operações em Londres e Hong Kong, depuseram no Senado norte-americano.

Com sede em Londres, o HSBC atua em mais de 80 países e opera 7.200 agências --470 delas nos EUA. O banco já havia sido citado em 2010 pelo OCC por falhas no controle da lavagem de dinheiro.

 

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