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17/08/2012 - 06h00

Apesar de seu atrito com a imprensa, Correa exalta Assange

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DE SÃO PAULO

Acusado de restringir a liberdade de imprensa no Equador, o governo do presidente Rafael Correa evocou "a luta a favor da liberdade de expressão" de Julian Assange para defender a concessão de asilo político ao fundador do WikiLeaks.

Correa, em permanente atrito com jornais e jornalistas de seu país, é abertamente simpático a Assange, a quem concedeu entrevista em maio passado, para o programa de TV do australiano num canal russo.

Para os jornalistas equatorianos, os adjetivos do presidente costumam ser menos favoráveis. Ele já se referiu a uma jornalista como "gordinha" e costuma chamar de "pistoleiros de tinta" os que trabalham em jornais.

No campo legal, foram várias as iniciativas de Correa contra órgãos de imprensa e jornalistas, condenadas por SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), CPJ (Comitê de Defesa dos Jornalistas) e CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), ligada à OEA (Organização dos Estados Americanos).

A mais emblemática delas é o processo contra diretores e um ex-editor de opinião do jornal "El Universo".

Em 2011, o ex-editor Emilio Palacio foi condenado a três anos de prisão e uma multa US$ 40 milhões após ser processado por Correa por um artigo em que o chamava de "ditador" e responsável pela morte de civis.

Depois, o presidente "perdoou" o jornalista, mas ele já tinha deixado o país rumo aos EUA, alegando perseguição.

Mais recentemente, o governo fechou 11 estações de rádio, evocando razões administrativas, mas ONGs apontam motivação política.

O governo também anunciou que deixará de destinar publicidade oficial a jornais e TVs "mercantilistas".

"Enquanto o Equador provê apoio para Assange --uma força assertiva, se não controversa, na promoção da livre circulação de informação--, agiria bem se começasse a escutar seus críticos domésticos e internacionais e liberasse a livre circulação de informação em casa", escreveu o CPJ ontem.

 

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