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Manifestações de estudantes no Chile deixam 140 detidos
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DA EFE, EM SANTIAGO
Os estudantes de ensino médio chileno tornaram a ganhar as ruas de Santiago nesta quinta-feira em demanda por uma melhor educação, em jornada que teve o saldo de pelo menos 140 detidos, 18 policiais feridos e múltiplos danos à propriedade pública e privada.
"Os dirigentes não cumpriram a promessa de não interromper o trânsito e forçaram o desvio de mais de 40 linhas do transporte coletivo, além de causar danos à propriedade pública e privada", assinalou o chefe de segurança da região metropolitana de Santiago, Gonzalo Díaz del Río.
Del Río indicou que três dos agentes feridos estão internados em estado grave e que alunos do histórico Instituto Nacional, a duas quadras do Palácio de la Moneda, sede do Executivo, incendiaram material do estabelecimento.
Segundo as estimativas da Polícia, as 14 manifestações não autorizadas concentraram cerca de oito mil estudantes.
"Está claro que é uma minoria, liderada por dirigentes que não têm a representatividade de milhões de estudantes e que tenta impor suas demandas. Essa atitude não é democrática nem enaltece o objetivo de melhorar a educação chilena", avaliou o chefe de segurança.
O ministro da Educação chileno, Harald Beyer, se pronunciou na mesma linha, indicando que as manifestações não são maciças e que existem grupos de estudantes que não estão seguindo seus dirigentes "porque não têm vontade de dialogar".
Neste sentido, assinalou que está "aberto ao diálogo. Não somos nós que estamos entorpecendo o diálogo, estamos disponíveis desde o primeiro dia", disse.
A porta-voz da Assembleia Coordenadora de Estudantes do Ensino Médio (ACES), Eloísa González, imediatamente respondeu ao ministro através de sua conta no Twitter: "Beyer tem razão, as bases não seguem os dirigentes, são os dirigentes que seguem suas bases".
Já o prefeito de Santiago, Pablo Zalaquett, convocou os estudantes a retomarem o diálogo para "buscar outro caminho de reivindicação".
"Além disso, os estudantes devem escutar o clamor dos milhares de companheiros de curso que querem retomar as aulas", acrescentou Zalaquett à imprensa.
Os estudantes chilenos lutam desde o ano passado por uma educação pública, gratuita e administrada no nível básico e médio pelo Governo central e não pelos municípios, como é atualmente.
Em nível universitário, buscam o fim do lucro existente em muitos centros privados e dos altos custos dos cursos, que devem financiar com créditos do sistema financeiro.
O Governo respondeu com ofertas de crédito mais baratas, mais bolsas de estudos e uma reforma tributária que é debatida no Congresso, que busca arrecadar até US$ 1 bilhão para a educação, mas se nega a promover as mudanças estruturais do sistema que são exigidas pelos estudantes.
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