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Processo na Colômbia pode produzir mini-cartéis da droga
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FLÁVIA MARREIRO
DE SÃO PAULO
É provável que a negociação de paz com as Farc na Colômbia tenha como efeito colateral o surgimento de pequenas quadrilhas da droga. O problema será minimizado quanto mais bem sucedido for o processo.
A avaliação é de Adan Isacson, diretor do programa de Segurança Regional da ONG WOLA (Escritório em Washington para a América Latina, na sigla em inglês), que há 14 anos acompanha o conflito.
"Diria que a liderança das Farc vai ser capaz de entregar a maioria do grupo [em uma desmobilização]", disse ele à Folha, questionado sobre a capacidade de negociação dos chefes da guerrilha.
Segundo Isacson, é provável que, após um eventual acordo de paz, unidades das Farc se recusem a aceitá-lo e permaneçam em terreno como quadrilhas, tal como ocorreu no na desmobilização dos grupos paramilitares levada a cabo por Álvaro Uribe a partir de 2003.
Apelidados de "bacrim" -- bandos criminosos--, esses grupos remanescentes são responsáveis pelo recrudescimento da violência na Colômbia.
"Se o processo funcionar, o número desse tipo de 'unidade' [na desmobilização das Farc] deve ser minimizado", avalia.
Mas, ainda assim, uma "minoria significativa" deve optar por seguir com seus negócios com o narcotráfico, especialmente os que controlam os corredores de droga, e na mineração ilegal.
Segundo ele, os EUA apoiam a negociação, mesmo envolvendo Caracas. "Eles querem as Farc fora do cenário, e a negociação pode ser a maneira mais rápida para isso. O apoio deve ser discreto e nos bastidores, a não ser que Santos peça o contrário."
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