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12/10/2012 - 11h55

Prêmio Nobel da Paz da União Europeia vem em meio a crise

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Prêmio Nobel recebido pela União Europeia nesta sexta-feira vem em meio à crise econômica que põe em risco a estabilidade política na região, principal motivo pelo qual a honraria foi concedida.

Líderes europeus comemoram Prêmio Nobel da Paz para UE

A decisão foi informada pelo Comitê do Nobel da Noruega, considerando os esforços pela reconciliação dos países da Europa nos últimos 60 anos. Para o grupo, a organização de 27 países conseguiu alcançar a paz e a promoção dos direitos humanos em duas ocasiões.

Attila Kisbenedek/AFP
Bandeira da União Europeia na frente do Parlamento de Budapeste, na Hungria; bloco ganha Prêmio Nobel da Paz
Bandeira da União Europeia na frente do Parlamento de Budapeste, na Hungria; bloco ganha Prêmio Nobel da Paz

A primeira é a união obtida após o fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), em que a Europa se dividiu entre aliados, comandados pelos Estados Unidos, e o eixo, liderado pela Alemanha governada por Adolf Hitler.

Outro momento considerado foi a reunificação depois da decadência do comunismo, com a queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991).

"A União Europeia e as instituições que a precederam em sua formação contribuíram durante mais de seis décadas para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos", disse o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland.

CRISE

A União Europeia recebe o Prêmio Nobel da Paz em meio à crise financeira pela que passa o continente desde 2010, atingindo especialmente Espanha, Grécia, Portugal, Irlanda e Itália.

O aumento da dívida pública nos países gerou a diminuição da atividade econômica e altos índices de desemprego no continente. Na Espanha e na Grécia, mais de 25% da população economicamente ativa não possui trabalho.

A frágil situação financeira provocou protestos em diversos países devido às medidas de austeridade impostas pelas autoridades centrais da União Europeia. Isso ajudou a aumentar o sentimento anti-europeu e o risco de fragmentação da zona.

A crise também aumentou a pressão sobre os imigrantes e a população mais pobre. Além dos fatores econômicos, os europeus ainda passam pelo aumento de ideologias nacionalistas, como a volta do nazismo, principal estopim para a 2ª Guerra Mundial.

A situação é observada com mais força na Alemanha e Grécia, onde um partido de extrema direita, o Aurora Dourada, ganhou 6% das cadeiras do Parlamento na última eleição, em junho.

Nesses países, os estrangeiros, em especial islâmicos e judeus, sofrem com ataques de grupos locais e leis contrárias aos preceitos das religiões, como a proibição do véu muçulmano na França.

A pressão sobre as populações de imigrantes provocaram tensão, como os enfrentamentos contra a polícia nas periferias das cidades francesas e os ataques aos estrangeiros em Atenas, na Grécia.

ENTREGA

A entrega do Prêmio Nobel às autoridades europeias acontecerá em 10 de dezembro, data que lembra a morte de Alfred Nobel, idealizador do prêmio, em Oslo, na Noruega.

No mesmo dia, serão entregues as premiações para os vencedores das outras categorias em Estocolmo, na Suécia.

A entidade já divulgou os ganhadores nas categorias medicina, física, química e literatura e terminará na próxima segunda (15) com o anúncio do vencedor no quesito economia.

Criada em 1957 por seis países que assinaram o Tratado de Roma --Alemanha Ocidental, Itália, França, Bélgica e Luxemburgo--, a comunidade europeia se ampliou e chegou aos 27 Estados que a compõem na atualidade.

O Reino Unido aderiu ao grupo em 1973. Após saírem de ditaduras, Grécia, Espanha e Portugal entraram no bloco na década de 1980, enquanto antigas repúblicas soviéticas foram incorporadas entre as décadas de 1990 e 2000, compondo os 27 países.

PRÊMIOS NOBEL DA PAZ DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS

2011: Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee (Libéria) e Tawakkul Karman (Iêmen)
2010: Liu Xiabobo (China)
2009: Barack Obama (Estados Unidos)
2008: Martti Ahtisaari (Finlândia)
2007: Al Gore (Estados Unidos)
2006: Muhammad Yunus e o banco Grameen (Bangladesh)
2005: Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
2004: Wangari Maathai (Quênia)
2003: Shririn Ebadi (Irã)

 

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